+18 | Estar no primeiro ano da faculdade n?o é fácil. Agora, estar no primeiro ano da faculdade tendo a irm? mais velha (insuportavelmente irritante... e gata) da sua melhor amiga enchendo o saco o tempo todo é ainda pior.
Mas Jennie também n?o é ex...
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Tranco a porta do banheiro quando minha tremedeira piora ainda mais, preciso tomar os remédios ou vou desmaiar. Esbarro na pia ao tentar chegar até o outro lado para me apoiar e, com a vista um pouco turva, puxo a camisa para cima em busca de enxergar o aparelho de medição de glicemia, mas não consigo ver nada, mesmo sabendo da gravidade da coisa. Puxo a respiração e enfio a agulha no braço, aplicando a medicação em seguida, mas ainda permaneço encostada na pia enquanto espero minha respiração estabilizar. Por que diabos essas coisas tem que acontecer comigo? Eu sei que a essa altura eu deveria ter chamado Rosé e avisado sobre o que estou sentindo, mas não quero que aquela idiota saiba que estou ruim, mesmo que sim, ela deva imaginar já que eu estava me tremendo inteira enquanto bebia.
Quando sinto uma melhora leve, guardo as coisas na bolsa e saio do banheiro em seguida, deixando a fila de pessoas entrarem. Desço as escadas sem muita vontade e respiro fundo ao encontrar Rosé logo no jardim. Ela ainda está sentada na beira da piscina, mas agora está sozinha mexendo no celular, e por meu celular estar vibrando horrores dentro da bolsa, imagino que esteja me mandando mil mensagens ao mesmo tempo a minha procura.
— E aí — sento-me ao lado dela com as pernas dobradas na grama para não molhar os pés na piscina e me inclino um pouco quando ela me encara — desculpe, estava no banheiro.
— Banheiro todo esse tempo? Por que não me avisou, idiota? Eu estava preocupada com você.
— Eu sei que sim, mas estava fila, não podia fazer nada.
— Hum... — ela esquadrinha meu rosto e ergue uma sobrancelha — por que está com essa cara de quem acabou de brigar?
— Não briguei com ninguém.
Na verdade sim, quase sai na porrada com a sua irmã, mas isso não vem ao caso agora. Eu queria muito que ela calasse a boca e me deixasse em paz, seria menos difícil lidar com ela se ela fosse calada, mas não, ela insiste em tirar a minha paciência.
— Certeza?
— Absoluta — apoio os braços na grama e ergo a cabeça ao sentir algo pingar na minha testa, e só então me deparo com Lalisa abaixando-se ao lado da Rosé.
Desvio o olhar imediatamente, querendo apenas fugir de qualquer tipo de interação com essa menina. Não quero que a minha glicemia chegue a níveis extremos de novo, minha cabeça já está doendo só de pensar em passar por essa merda de novo. Eu detesto passar mal, é uma sensação tão horrível que parece que estou prestes a morrer. Rosé é a única pessoa que sabe me ajudar, mas as vezes evito chamá-la por medo de causar nela o mesmo pânico que eu sinto quando percebo que estou ruim. As vezes fico tão desesperada que o meu próprio desespero me deixa ainda pior.
— Jen — Rosé me cutuca de repente. Viro-me para ela e olho diretamente em seus olhos, evitando desviar — a Lisa vai para uma outra festa e me chamou para ir junto, bora?
