抖阴社区

53. Almo?ar fora.

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Não tive coragem de pedir para dormir na livraria

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Não tive coragem de pedir para dormir na livraria. Meu coração ficou tão acelerado quando os outros funcionários começaram a olhar pra mim que não pedi nada, só finalizei meu dia e agora estou aqui, sentada em um banquinho da praia olhando para o mar desde o momento que saí de lá.

Jennie foi embora hoje cedo, meu coração se partiu em um milhão de pedaços em vê-la passar pelo portão de embarque. Rosé também foi, e por mais que ela tenha implorado para que eu ficasse no hotel, não fiquei. Eu não quero dar gastos pra nenhuma delas.

Deixei todas as minhas coisas no armário da livraria, minhas malas, meu celular e a aliança, para não correr o risco de ser roubada durante a madrugada ou algo do tipo. Eu não vou conseguir dormir aqui, tanto que já está amanhecendo, passei a noite toda em claro olhando para o mar, refletindo sobre o rumo que minha vida está tomando.

Meu estômago está doendo de tanta fome, a última vez que comi foi ontem de manhã com as meninas no hotel, depois não comi mais nada, só tomei café que sempre tem na livraria e mais absolutamente nada.

Levanto-me do banquinho quando vejo no relógio central que já são quase seis e dez e começo a caminhar de volta para a livraria. Espero que tenha ocorrido tudo bem na viagem das meninas de volta pra casa, elas devem ter me mandado muitas mensagem, mas não posso ficar com o celular no meio da rua, tenho medo.

Meus olhos estão quase fechando quando entro na livraria, e como sempre, sou a primeira a chegar. Se tudo der certo, hoje vou conversar com meu superior a respeito de poder ficar aqui, nem que ele me tranque na sala para se certificar de que não vou mexer em nada durante a noite, só preciso de um canto para ficar até arrumar uma grana para conseguir alugar um apartamento.

Vou rapidamente até a salinha, pego uma roupa limpa na mala e entro no banheiro para tomar banho antes mesmo de conferir o celular. Tenho algum tempo até o início do meu turno, só começa às oito, tenho uma hora e meia para ficar no celular se for preciso.

Aproveito o silêncio para tomar um banho demorado, o chuveiro daqui é gostoso, dei sorte que esse vestuário tem chuveiro, caso contrário estaria ferrada. Tiro toda a areia do corpo, me sentindo um pouco estranha por estar nessa situação de merda, parece que minha vida deu um looping e de repente voltou para o início.

Passei a noite pensando em tantas coisas, mas principalmente nos meus verdadeiros pais que podem estar por aí em qualquer lugar do mundo. Será que eles pensam em mim? Será que eles ao menos se lembram da minha existência ou algum dia sentiram minha falta?

Não me lembro deles... não tenho nem resquícios da existência de outras pessoas que não fossem os pais da Rosé na minha vida. Eu quero muito ter a oportunidade de vê-los... sabe? Pelo menos para ter certeza de que são pessoas reais, mesmo que eles queiram manter distância de mim, eu vou entender se quiserem... mas eu preciso ter certeza que eles existem. Eu preciso.

Visto uma roupa confortável e, ao pegar meu celular de dentro da bolsa e colocar de volta a aliança, meus olhos se enchem de lágrimas ao ver as mensagens que Jennie me mandou.

Wicked | JENLISAOnde histórias criam vida. Descubra agora