Oie! Voltei, caralho! Depois de um século sim!Não julguem, fazendo o favor. #sejammaishumildes 😖
Vou contar um segredinho pra vocês: eu tava bem animada pra soltar esse capítulo aqui, ele tá bem facinho de ler, então já podem ir buscando a pipoquinha, a cobertinha, a aguinha e uns lencinhos (não é pra secar lágrima)🫦
Se divirtam bastante, meus amores! rs💋
Seguem os alertas:
⚠️Nesse capítulo vocês podem encontrar: Linguagem imprópria e explícita, conteúdo erótico e adulto, nudez, violência física e verbal, menção a adultério, homofobia, alcoolismo, drogas lícitas e ilícitas.
Boa leitura!!❤️🔥
🫀
Eu deveria saber que isso aconteceria.
Desde o momento em que nossos olhares se cruzaram naquela noite, algo começou a se formar, uma tensão impossível de ignorar, crescendo entre conversas e risadas que escondiam muito mais do que palavras poderiam dizer. Mas, mesmo pressentindo isso, mesmo sentindo cada passo que nos trouxe até aqui, eu não estava preparado para o impacto. Não estava preparado para a forma como ele me fazia perder o controle de tudo, até mesmo de mim mesmo.
Minha respiração ficou mais pesada. Era como se todo o ambiente ao nosso redor tivesse desaparecido, deixando somente nós dois naquele instante, presos em uma bolha que ninguém mais poderia tocar. E antes que pudesse racionalizar ou deixar os "e se" me congelarem, segui o impulso que ardia dentro de mim havia tempo demais, um desejo quase insuportável.
Me levantei do meu lugar, sem pensar nas consequências, e fui até ele, os passos cambaleantes como quem atravessa um abismo que precisa ser enfrentado. Assim que parei ao seu lado, o loiro me lançou um olhar confuso que permaneceu em sua face por um breve segundo, logo, dando lugar à surpresa, quando num movimento rápido, girei sua cadeira, fazendo-o ficar de frente pra mim.
Com as mãos firmes nos braços do assento, fechei o espaço entre nós, até sentir sua respiração irregular misturar-se com a minha.
— Jungk- — Park começou a dizer, mas o calei imediatamente.
Com uma coragem que não sei de onde tirei – da embriaguez e falta de escrúpulos, provavelmente –, levei minhas mãos à sua nuca, puxando-o em minha direção, e capturei seus lábios com os meus.
O choque do contato foi como fogo – intenso, arrebatador, e completamente irresistível. No início, o beijo foi hesitante, como se ambos estivéssemos tentando entender o que aquilo significava, Mas não demorou para se transformar em algo mais profundo. Mais feroz.
Selei seus lábios repetidamente e os suguei, saboreando o sabor adocicado do gloss, e, num gesto deliberado, porém, intenso, invadi sua boca, massageando a sua língua com a minha, pedindo permissão pra dançar com ela ali dentro.
Jimin se moveu incertamente por um segundo que pareceu uma eternidade, e então sua mão encontrou meu peito, empurrando-me com força suficiente para me fazer recuar, mas não o bastante para me afastar completamente.
— O que caralhos você tá fazendo? — Ele perguntou, a voz grave e o tom severo, mas a respiração ofegante o traía.
— O que eu tô louco pra fazer desde que te vi naquela calçada... — Respondi, num sussurro rouco, enquanto o encarava com uma mistura de determinação e desejo.
Os olhos de Jimin se estreitaram, e sua expressão oscilou entre a irritação e a ponderação, naquele segundo achei que ele fosse me mandar embora, me rejeitar e acabar com tudo ali mesmo. Mas, em um movimento inesperado, ele se ergueu da cadeira e me puxou até o banheiro do bar – um local surpreendentemente mais limpo que o exterior –, onde me agarrou de um jeito quente, colidindo nossos lábios em um beijo que foi tudo menos delicado.
Aquele não era mais o beijo hesitante de antes. Era faminto, voraz, como se ele estivesse despejando tudo o que sentia – todas as emoções que não sabia como expressar – diretamente em mim. Suas mãos se fecharam contra meu peito, me mantendo exatamente onde ele queria, enquanto meus dedos se enredam nos fios loiros de sua nuca.
Incapaz de conter a onda avassaladora de sentimentos que subia à superfície, como uma maré inevitável, um som escapou de minha garganta, um gemido que Park engoliu avidamente. Seus dentes prenderam meu lábio inferior em um gesto provocante, puxando-me para mais perto, e, naquele instante, a realidade parecia se dissolver.
Eu flutuava, perdido em um sonho lúcido, onde cada toque, cada respiração, era um universo à parte.
Estar ali com ele era mais do que um acaso; parecia um entrelaçar de destinos, como se em alguma vida passada eu já tivesse desejado exatamente isso – ou talvez, quem sabe, até mesmo nesta.
O ósculo era simplesmente delirante, quase surreal.
Quando nos afastamos, as respirações estavam em completo desalinho, como se nossos pulmões não pudessem acompanhar a intensidade do momento. Minha mente, ainda turva, percebeu o calor que subia pelo meu rosto. E eu sabia – com absoluta certeza – que minhas pupilas estavam dilatadas, revelando mais do que eu jamais ousaria confessar em voz alta.
— Então é assim que nós não nos relacionamos, Jeon? — Jimin perguntou, arqueando uma sobrancelha enquanto um sorriso provocador surgia em seus lábios, os mesmos lábios que ainda pareciam formigar contra os meus.
Engoli em seco, sentindo minha garganta apertar. Tentei encontrar alguma resposta que parecesse inteligente, mas a verdade era que eu nunca fui bom em esconder o que sentia quando estava perto dele.
— Bem... — Comecei, tentando soar mais calmo do que realmente estava. — E se eu te disser que vou me divorciar... você deixaria eu fazer isso de novo?
Jimin inclinou a cabeça, o sorriso dele se transformando em algo travesso, quase cruel. Seu olhar encontrou o meu, carregado de intenção, como quem sabia exatamente o poder que tinha sobre mim.
— Por que não descobre sozinho?
A sua fala me atingiu como uma corrente elétrica. Não era um sim, mas também não era um não. Era um convite. Uma provocação. E, acima de tudo, era tudo o que eu precisava para continuar.
Sem desviar o olhar do dele, minha mão deslizou pela sua cintura e o puxei com ignorância, fazendo nossos corpos se colidirem de maneira impetuosa.
A luz amarelada e fraca do ambiente refletia em seus olhos, e o ar abafado ao nosso redor parecia amplificar o calor que consumia cada centímetro de nós dois.
Desci minha mão de forma audaciosa, apertando seus glúteos avantajados com mais força do que eu pretendia. A pressão fez com que o loiro se movesse levemente contra mim, e o gemido que escapou de sua boca, seguido por ele mordendo-a de forma lasciva, quase me desarmou por completo.
Eu não me contive. Com fluidez, o puxei ainda mais forte, agora para o meu colo, erguendo-o sem dificuldade, como se ele fosse leve demais para mim. Ele se agarrou aos meus ombros, abraçando meu pescoço, a respiração dele se acelerando enquanto ele me olhava com aquele maldito sorriso que me tirava dos eixos.
O álcool ainda percorria meu sistema, desfocando um pouco minha visão e desafiando meu equilíbrio, contudo, eu tinha uma coisa muito preciosa em mãos e não podia, de forma alguma, deixá-la cair. Meu foco já não estava mais na leve tontura causada pela cerveja, apenas em manter ele ali, seguro, perto de mim.
Nenhuma distração poderia fazer com que eu o soltasse.
— Me beija, Jimin. — Ordenei, minha voz rouca, quase selvagem, misturando desejo com urgência. — Me beija agora, eu quero sua boca na minha. Eu preciso disso, eu preciso de você.
Ele soltou uma risada curta, e, como se fosse o único capaz de decidir tudo, se inclinou para mim com uma intensidade que me fez perder a noção do espaço, sua boca se fundindo à minha com uma fome que não parecia de agora, mas algo que estava guardado, contido.
Eu deixei que ele dominasse o beijo, se divertindo com a minha boca, enquanto eu me divertia com a sua bunda robusta e carnuda sob minhas mãos, apalpando-o e acariciando-o como se ele fosse tudo que eu quisesse tocar. E, de fato, ele era.
Quando o fôlego já não existia mais entre nós, eu o desci de meu colo sem qualquer cautela, e, sem mais nem menos, puxei sua blusa para cima com firmeza.
Minhas mãos não tinham delicadeza; o tecido subiu rápido, como se pudesse ser rasgado pelo impulso. Sem hesitar, abocanhei seu mamilo, pressionando-o contra a minha língua com uma voracidade que até me surpreendeu.
O gosto da pele quente de Jimin era intoxicante, viciante pra caralho, e a forma como ele se contorceu sob meu toque, tremendo de prazer, só aumentou minha fome por mais.
— Ohh! Jungkook! — Ele arfou com um gritinho arrastado, um misto de repreensão e rendição. — Você é louco, porra...
Eu sorri contra o peito musculoso, sentindo seus dedos puxarem meu cabelo com força, e, com uma sede carnal que não tinha limites, eu apertei a carne de sua cintura, mantendo-o firme para mim enquanto eu explorava a aréola morena com a minha língua, sentindo o bico se endurecer na minha boca.
Jimin arqueou o corpo com uma expressão fascinante de tesão, os olhos apertados e lábios entreabertos, despejando gemidos difíceis de serem contidos, como uma putinha enlouquecida, e eu me perdi na sensação de vê-lo completamente fora de si.
Ele mordeu o lábio, como se lutasse entre o prazer avassalador e o desejo de me desafiar. Mas eu já estava completamente absorto nele – no jeito como ele tremia, na vulnerabilidade que transparecia em cada reação. E o mais engraçado nessa situação toda era que eu mesmo não me encontrava tão diferente dele, afinal, também estava enlouquecendo, não por causa de seu físico e tudo o que ele despertava em mim, mas por estar com ele, assim, finalmente.
— Hyung... me chupa... mama a minha rola, porra. Tá doendo já... eu preciso da sua boca aqui. Rápido... — Ele apontou para a saliência no tecido da jeans, me encarando com um olhar precatório e eu ri, sabendo o quão necessitado o loiro se encontrava agora.
Minha mão desceu até a região proibida, movendo-se sobre as camadas de tecido, bombeando sua ereção com lentidão calculada. O gesto fez Park tremer violentamente, seus dedos apertando meus ombros com força quase desesperada. Seus olhos, penetrantes e famintos, nunca se afastaram dos meus, e, naquele instante, ele parecia um homem à beira do colapso.
— Pede com jeitinho, príncipe. Sussurra no meu ouvido o que você quer de mim. — Minha voz saiu carregada de audácia e malícia, cada sílaba impregnada da promessa do que eu era capaz de fazer.
Aproximei-me de seu rosto, mordendo seu lábio carnudo com a precisão de quem conhece bem suas próprias armas.
Ele entendeu o jogo. Percebeu exatamente onde eu queria chegar, e, disposto a vencer pela sedução, mostrou seus melhores truques.
Sua língua deslizou pela curva do meu pescoço, quente e molhada, encontrando a pele sensível logo acima da clavícula. Foi um toque simples, mas suficiente para desestabilizar todo o meu autocontrole. Arfei, um gemido involuntário escapando de mim enquanto meu corpo reagia como se tivesse sido incendiado.
Park aproveitava cada reação, saboreando minha rendição. Sua boca traçava um caminho fatal que subia lentamente até meu lóbulo. Quando alcançou a minha orelha, sua respiração quente provocou um arrepio que me percorreu da cabeça aos pés, deixando-me vulnerável. E então, veio o golpe final: dentes e língua trabalhando juntos em uma sintonia perversa, chupando e mordendo meu lóbulo com precisão cirúrgica, como se soubesse exatamente onde aplicar pressão.
— Ohh... Jimin... Seu filho da puta. — Minha voz saiu entrecortada, mostrando o quão mexido eu estava por ele, cada palavra um grito silencioso pelo próximo movimento.
E, como sempre, ele não me decepcionou. Ele nunca decepciona.
Com uma destreza que beirava o insuportável, sua mão encontrou meu ponto mais sensível, apertando o volume nas calças com firmeza, os dedos traçando movimentos calculados, entre toques e provocações. Meu falo, àquela altura, parecia pulsar em um ritmo próprio, sincronizado com o calor que emanava dele.
— Jeon... Me dá prazer, por favor. — A voz dele era uma melodia sussurrada, repleta de desejo. — Coloca sua boca em mim. Eu preciso da sua atenção. Me dá o seu calor, garotão. Quem sabe eu até deixe você me foder hoje, hm? O que acha? — O convite veio carregado de luxúria, cada palavra um desafio que eu não poderia ignorar.
O tom de sua voz despertou meu lado mais devasso, aquele que já havia projetado ele sob mim inúmeras vezes, rendido à minha paixão, recebendo cada pedaço da energia física que eu era capaz de oferecer.
— Ahh... Jimin... Você nem imagina o tanto de vezes que me imaginei te fodendo... Você vai me deixar louco desse jeito. — As palavras escaparam num murmúrio lascivo, arrancando dele uma risada cheia de promessas.
— Então não perca tempo, meu amor. Certifique-se de deixar minha rola bem molhada. — Ele inclinou-se ainda mais perto, a voz um veneno doce contra meu ouvido. — Quero usar meu próprio líquido como lubrificante hoje, assim você pode fazer o que quiser com meu corpo... até me preencher com a sua porra...
Meu corpo vacilou, tomado por uma ambição que arrancava o oxigênio de meus pulmões e deixava minhas pernas moles feito gelatina, como se eu pudesse desmoronar a qualquer segundo simplesmente por ouvir aquelas palavras obscenas vindas daquela boca promíscua e safada. Preciso foder ele logo. Pensei, tomado pelo tesão.
A música abafada do bar parecia pulsar através das paredes finas, cada nota do baixo sincronizada com o ritmo frenético do meu coração. O ar no pequeno banheiro estava pesado, carregado pelo calor dos nossos corpos e pelo cheiro doce do perfume de Jimin, que parecia me intoxicar ainda mais que o álcool.
— Anda, Jeon... — Ele sussurrou, sua voz rouca, carregada de provocação e algo mais sombrio, quase sedento. Seus dedos curtos deslizaram pelo meu cabelo antes de segurá-lo com firmeza, puxando minha cabeça para baixo, seus olhos fixos nos meus. — Mostra como sabe usar essa boca deliciosa.
A tensão em sua voz enviou um arrepio pela minha espinha, e eu obedeci sem hesitar, deixando meus joelhos tocarem o chão frio do banheiro. O contraste entre o azulejo gelado e o calor do meu corpo era quase brutal, mas eu estava muito embriagado pela presença dele para me importar.
Minhas mãos subiram lentamente por suas coxas, sentindo os músculos sob o tecido da calça. O espasmo sutil de seu corpo sob meu toque foi uma pequena vitória, um sinal de que eu tinha tanto controle sobre ele quanto ele sobre mim. Com um movimento decidido, abri seu cinto e desabotoei seu jeans, permitindo que ele escorregasse para baixo, revelando o quanto ele já estava entregue ao momento.
O volume marcado no tecido justo da Calvin Klein me fez reviver, como a cena de um filme, cada momento da nossa noite juntos. Era impossível ignorar como aquele membro, que agora pulsava sob o algodão, havia me levado à beira da loucura.
Jimin tinha me mostrado o que era prazer absoluto, cada estocada, cada gemido me levando ao limite e me fazendo implorar por mais. Só de olhar para ele agora, meu corpo reagia, lembrando-se exatamente de como ele havia me feito provar o paraíso com apenas um órgão e um pouco de seu domínio.
Agarrei o elástico da cueca e a puxei para baixo em um movimento de completa entrega, fazendo a genital saltar para fora, balançando no ar de um jeito simplesmente pornográfico.
Park surpreendentemente – ou não – conseguia carregar beleza em cada parte e detalhes seus, inclusive naquela região que ele escondia cuidadosamente sob as camadas de roupa: a região de seu órgão reprodutor, ou melhor dizendo: o cano pvc que, se pesado, alcançaria facilmente um quilograma.
O pau dele é tão inexplicavelmente bonito que era digno de uma exposição pública com plateia e aclamação crítica, e, porra, eu poderia facilmente admira-lo pelo resto da minha vida sem nunca me cansar. E mais: se existisse um reality show somente com esta pica em foco, eu seria – com o menor esforço – o telespectador número um.
E havia um detalhe que prendia completamente minha atenção: a corrente delicada da bodychain que brilhava contra a pele clara de Jimin, abraçando sua cintura de forma quase possessiva, como se o ornamento entendesse a singularidade de estar ali, adornando aquele corpo esculpido em pura provocação.
Cada movimento sutil fazia o acessório reluzir, como se quisesse chamar atenção para o que já era impossível de ignorar: ele, tão vulnerável e, ao mesmo tempo, tão dominador em sua postura.
De joelhos diante dele, meus olhos não conseguiam desviar da cena. O contraste entre sua nudez crua e aquele detalhe luxuoso era quase brutal em sua beleza. A corrente parecia um convite silencioso, um desafio para mim, e meu interior fervia apenas com a visão.
Passei a língua pelos lábios, sentindo a antecipação se intensificar enquanto meus dedos deslizavam firmes pela sua pele, segurando-o com a força necessária para arrancar um gemido arrastado e manhoso de sua boca. O som foi como um estopim, explodindo algo visceral dentro de mim, e meu corpo respondeu antes que eu sequer pensasse.
Ele se apoiou na pia atrás de si, os dedos tocando a borda enquanto a cabeça caía levemente para trás, expondo o pescoço, mas sem desviar o olhar de mim. Os olhos de Jimin tinham aquele brilho intenso e inescapável, queimando-me de dentro para fora, fazendo minha respiração vacilar.
Aproximei-me mais, apenas o suficiente para que minha respiração quente provocasse sua pele já sensível. A corrente brilhou novamente, como se quisesse me hipnotizar, mas meu foco agora era a glande rosada e pulsante à minha frente, exalando um calor irresistível. Soprei suavemente sobre ela, observando o pré-sêmen escorrer como um rio impaciente, traçando caminhos brilhantes pela extensão até pingar no chão.
— Não me provoca... vai ser pior pra sua goela. — Sua voz veio grave, quase um rosnado, com um sorriso torto que me fez estremecer. Era uma ameaça disfarçada de promessa, e eu soube naquele instante que estava perdido.
Engoli em seco, sentindo a tensão sexual aumentar consideravelmente após a provocação dele, o que apenas impulsionou mais minhas próprias ações.
Minha língua contornou sua pele, traçando um caminho lento e decidido ao longo de sua extensão. Tomei-o na boca sem pensar duas vezes e o gosto levemente salgado e a temperatura elevada de sua intimidade me invadiram de um jeito avassalador. Cada gemido que ele soltava me incentivava a ir mais fundo, mais devagar, explorando-o como se tivesse todo o tempo do mundo.
Minha cabeça subia e descia sem parar e minha mandíbula reclamava de dor – a boca completamente aberta pra receber sua grossura – mas eu não cedia ao desconforto, só me empenhava ainda mais no serviço, sabendo exatamente como levar meu garoto à loucura.
Jimin estremeceu sob meu toque, suas mãos apertando meus cabelos com mais força. Ele estava perdendo o controle, e isso me dava uma satisfação deliciosa.
— Jeon... mais fundo... isso, assim. Rápido... vai... — Sua voz, entrecortada, tinha um tom quase desesperado, um pedido que soava como uma ordem.
Atendi de imediato, ignorando completamente o desconforto persistente na parte interna da bochecha, causado pelo ferimento ainda em cicatrização. Eu só queria pensar nele agora, nada além dele.
Sua respiração acelerada, os pequenos sons que escapavam de sua boca, o pênis que latejava dentro da minha cavidade bucal liberando seu pré-gozo, tudo nele parecia me implorar para continuar. Ele se curvou levemente contra mim, seus dedos agora deslizando por minha nuca, tentando puxar ainda mais de mim.
Mas, justo quando o calor parecia aumentar e o clima se intensificar, um som intruso rompeu nossa bolha de prazer.
Uma batida alta na porta.
— Ei! Tem gente aí? Vocês vão ficar a noite toda? — A voz masculina do lado de fora era grave e irritada, rasgando o silêncio abafado do banheiro.
Meu corpo travou, rígido como uma mola esticada ao limite, pronta para romper. Jimin, por outro lado, não demonstrou nem um traço de desconforto. Ele soltou uma risada baixa, rouca, entrecortada por um gemido, carregada de uma luxúria descompromissada, como se a voz desconhecida do outro lado da porta fosse apenas um detalhe irrelevante.
Sua expressão refletia uma diversão e um prazer perversos, um brilho malicioso nos olhos enquanto ele mantinha a pressão firme sobre minha cabeça, ignorando a interrupção como se fosse uma piada interna.
— E se não respondermos? Será que ele vai embora? — Indagou em um murmúrio, a voz abafada pelo riso e pela tensão no ar, sem interromper os movimentos lentos, porém decididos e fundos de seus quadris.
Cada estocada me fazia engasgar, provocando sons inconfundíveis de sexo oral que ecoavam pelo ambiente, minha garganta lutando para acompanhar o ritmo que ele impunha. O ar se tornava escasso, e a sensação era tanto de prazer quanto de desespero enquanto Jimin somente aumentava a velocidade e a força das investidas na minha boca.
Era como se ele estivesse me punindo, retribuindo o mesmo tormento que eu havia causado quando o asfixiei com meu próprio membro naquela madrugada inesquecível.
Reunindo toda a força que ainda tinha, empurrei suas pernas e deslizei a mão que puxava meus cabelos para longe, lutando contra a resistência firme que ele oferecia.
— Ohhh... Não se mexe, Jungkook... Mphhh... — Ele voltou a agarrar meus fios, intensificando seus movimentos.
Jimin parecia decidido a não ceder, a manter seu domínio sobre mim, tomado pela luxúria que fazia cada músculo do seu corpo vibrar de tensão.
Eu iria morrer asfixiado se continuasse assim. Então, com um esforço hercúleo, consegui me desprender de suas mãos e tirar o pau da minha cavidade bucal, os pulmões em chamas enquanto tossia, desesperado por oxigênio.
Foi nesse momento que percebi: Jimin estava entregue ao frenesi, a respiração entrecortada ecoando pelo banheiro abafado. Sua mão deslizava rápida e precisa contra o próprio membro, como se fosse movida por puro instinto. Seu rosto estava ruborizado, os olhos semicerrados, e cada fibra de seu corpo parecia em colapso, consumida por uma onda incontrolável de prazer. Então veio o ápice.
O jato quente atingiu meu rosto e cabelos sem cerimônia, espalhando-se em uma fração de segundo. Meu reflexo de fechar os olhos foi rápido, mas insuficiente; o resto do meu rosto, – e parte do meu couro cabeludo – ficou completamente tomado pelo gozo dele.
— Porra, Jimin! Tá de sacanagem? — Minha voz saiu rouca, carregada de incredulidade e uma irritação quase cômica, enquanto eu me erguia do chão, desgrenhado e sem fôlego. Fiquei paralisado ali, ainda sem acreditar no que tinha acontecido.
Ele realmente havia gozado na minha cara e no meu cabelo?! Assim do nada?! Não tem nem sabão nesse banheiro, merda...
— Eu? De sacanagem? — Ele replicou, ainda grogue pelo orgasmo recente, a falsa inocência escorrendo da voz rouca e saciada. — Quem tá de sacanagem é o cara lá fora. Ele quem quis nos interromper... bem na melhor parte. Foi por causa dele que não consegui gozar na sua boca.
Jimin soltou um riso baixo e arrastado, aquele som que irritava e hipnotizava ao mesmo tempo, e deixou o corpo cair contra a parede de azulejos manchados, os joelhos ligeiramente dobrados, como se sua energia tivesse sido drenada de uma vez.
Sua expressão exibia o leve torpor de quem acabara de se livrar de um peso insuportável. Os lábios estavam entreabertos, ofegando, e os olhos carregavam um brilho lânguido, como se o mundo ao redor não existisse mais. Quando finalmente se moveu, o fez com uma lentidão quase preguiçosa, erguendo as peças inferiores até a metade das coxas e ajeitando o cinto sem nenhuma pressa, um sorriso diabólico dançando nos cantos da boca.
Antes de subir e fechar a calça, ele estendeu o braço em direção ao papel toalha disposto na parede, puxando de lá uma quantidade um tanto exagerada de lenços. Com um movimento relaxado, limpou o próprio membro, ainda semi-duro e úmido, como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Seus dedos deslizavam deliberadamente pelo comprimento, removendo o excesso de líquido enquanto sua respiração ainda carregava resquícios de prazer. Ele jogou os papéis na lixeira com um simples arremesso e abriu a torneira, lavando as mãos com a mesma calma irritante, como se a urgência do lado de fora não fosse problema seu.
A batida voltou, agora mais insistente.
— Anda, saiam logo daí! — A voz do lado de fora soava ainda mais impaciente, uma mistura de irritação e frustração.
— Argh... Que merda. — Resmunguei, jogando um último olhar para Jimin, que parecia se divertir com toda a cena, principalmente com meu estado, antes de me arrastar até o espelho rachado do banheiro simplesmente para me mostrar o que eu já previa.
Um rosto e madeixas todos cobertos de porra.
O vidro estava embaçado e sujo, e meu reflexo não era nada mais do que uma versão desfigurada e miserável de mim mesmo. Meu cabelo estava uma bagunça com aqueles vestígios pegajosos melando-o e colando-o à testa, enquanto mais do líquido viscoso escorria pela face. Por um instante, encarei meu próprio reflexo, o olhar turvo me devolvendo um julgamento silencioso. Era como se o espelho zombasse de mim, amplificando o ridículo da situação.
Passei a mão pelo rosto, numa tentativa inútil de me limpar, mas só consegui espalhar ainda mais o sémen.
— Belo trabalho, hein, Jimin... — Murmurei, entre um suspiro cansado e uma risada amarga. A água da torneira veio em um fio, gelada e fraca, molhando minhas mãos. Esfreguei o rosto com pressa e fiz o mesmo com meu cabelo na pia, tentando não pensar no quão erótica e obscena era aquela imagem minha e em como o loiro atrás de mim parecia adorar ela.
Ao fundo, Jimin fechava a calça e se encostava na parede novamente, o corpo ainda relaxado, os olhos semicerrados e o sorriso preguiçoso de quem não tinha a menor pressa de sair dali. Ele soltou um último suspiro, ajeitou o cabelo com os dedos molhados e inclinou-se levemente em minha direção, fechando o espaço entre nós, o seu corpo cobrindo o meu, sua boca encontrando o caminho até minha orelha:
— Sua carinha toda gozada me deixou com muito tesão, Jeon... — Sussurrou, os dedos deslizando pelo meu queixo úmido de leve, como se desenhassem os meus traços. — Hoje você é meu. Eu quero foder com você de novo, Goo.
Sua voz era baixa e soprada, mas cada palavra parecia pesar no ar como se fossem sólidas, deixando claro que aquilo não era uma sugestão, mas uma promessa.
Eu me arrepiei todo somente com aquilo e ele se afastou, deixando o ar entre nós mais denso, olhando-me pelo espelho uma última vez com a mesma expressão lasciva que o acompanhava desde o início de nossa diversão. Por fim, caminhou até a porta, abrindo-a sem o menor remorso. Eu me apressei em secar minhas mãos e tentar tirar o excesso de água do meu cabelo, mas falhei um pouco no processo. Parecia que eu tinha acabado de sair de um banho. Resolvi apenas ignorar isso e seguir para fora.
O corredor estava cheio de sombras mal iluminadas, mas a figura do homem nos esperando era impossível de ignorar. Ele era mais velho, com cabelos grisalhos despenteados, uma camisa amarrotada, olhos injetados de álcool e uma expressão que mesclava irritação e desprezo. A postura dele era rígida, os braços cruzados, como se tivesse ensaiado aquele olhar severo durante toda a espera.
Seus olhos estreitaram-se ao encontrar Jimin, que tinha o rosto levemente suado, o sorriso confiante e aquela aura impossível de ignorar ainda emanando dele como uma segunda pele. E é claro que o loiro não se abalou quando recebeu aquela crítica em formato de olhar, apenas ergueu uma sobrancelha, passando pelo homem sem nem se desculpar, como se a sua presença fosse insignificante.
Não demorou para a atenção do homem se transferir para mim, que vinha logo atrás. Ele me analisou da cabeça aos pés com uma lentidão cruel, como se estivesse confirmando tudo o que imaginava sobre o que estávamos fazendo lá dentro, o julgamento estampado em sua cara.
A vergonha explodiu dentro de mim, queimando minha pele como um ferro em brasa. Eu queria desaparecer, me dissolver no chão daquele bar sujo. A passagem pelo corredor estreito parecia se arrastar em câmera lenta, cada passo pesando como chumbo – talvez fosse só o álcool. Ou talvez fosse aquele olhar.
— Pfft... Tinham que ser bichas... — As palavras saíram do homem como veneno, cuspidas com um desdém que fez o corredor estreito parecer ainda mais claustrofóbico.
Minha respiração ficou presa no peito. Meu corpo congelou. O peso do olhar dele era quase insuportável, como se estivesse me despindo de qualquer dignidade. Um nó se formou na minha garganta, e minhas mãos tremeram ao meu lado.
Quis reagir, quis dizer algo, mas Jimin já havia parado. Seu corpo ficou rígido, a tensão percorrendo cada músculo visível sob a camisa fina. Ele se virou devagar, os olhos perfurantes como lâminas afiadas.
— O que você disse? — A voz dele saiu baixa, grave, mas havia uma fúria gelada nela que fez o corredor inteiro parecer mais apertado.
O homem riu, balançando a cabeça com indiferença.
— Eu disse exatamente o que você ouviu. Vocês dois, não passam de bichas.
Era como se uma bomba tivesse sido detonada. O loiro deu um passo à frente, e eu soube naquele instante que aquilo não terminaria bem.
— Não fode, seu filho da puta, e se a gente for, o que tu tem a ver com isso? — Jimin rebateu, os olhos brilhando com uma raiva que parecia pronta para explodir.
— Jimin... — Minha voz saiu firme, mas eu sabia que não seria o suficiente para contê-lo.
Segurei seu braço, mas ele o puxou de volta com um movimento brusco.
— Não, Jungkook. — Ele se virou para mim por um breve segundo, o rosto agora ruborizado de raiva. — Você ouviu o que esse pela-saco disse?
Eu tinha ouvido, claro. E doía. Aquilo machucava muito. Me enfurecia tanto quanto a ele. Mas naquele momento, tudo o que eu queria era sair dali. Eu queria ir pra casa. Não tinha energia para mais brigas.
— Vamos embora, por favor. Esse cara tá completamente bêbado, não sabe nem o que tá falando. — Minha voz saiu mais baixa agora, quase suplicante.
Mentira, esse palhaço sabia bem o que tava falando, mas eu precisava de uma desculpa para nos tirar daquela situação de merda.
Park hesitou, os punhos cerrados, o peito subindo e descendo com a respiração pesada, os olhos faiscando em pura cólera, porém, no fundo, havia uma frustração e mágoa contidas, uma dor muito maior do que qualquer outro sentimento, algo que somente quem vivia constantemente preconceitos e ofensas como aquelas poderia carregar.
Por um instante, pensei que ele fosse ouvir minhas palavras e atender meu pedido, mas o homem deu um passo em nossa direção, claramente disposto a arranjar confusão, o cheiro forte de álcool chegando até mim. Ele apontou um dedo contra meu peito, rindo alto.
— E esse aqui? — Ele falou, o tom provocador. — Olha pra ele... aposto que é ele que dá o cu. Ou é você o passivão? — Apontou para Park agora, levantando a mão para segurar a mandíbula do loiro com soberba e brutalidade, porém, não permiti aquilo.
Antes que ele encostasse no rosto do meu Jimin, eu segurei seu pulso com toda a força que tinha, empurrando seu braço para longe, sendo ainda mais bruto do que ele planejava ser em seu toque.
— Hummm... olha só como é protetor. — O homem debochou de mim com aquele sorriso repulsivo. — Então é você que come o cuzinho dele, é? Como que consegue gostar de um buraco sujo desses? Essa porra aí claramente é um rodado. Eu reconheço de longe. Viu só? Está usando até uma blusa da playboy. — Riu, encarando Jimin com perversidade, os olhos nojentos passeando pelo físico de Park.
Eu estremeci em fúria, quando ele se aproximou ao loiro outra vez, com uma audácia que estava ultrapassando todos os limites existentes e conhecidos.
— Quanto que é seu programa, hein, puta? — O porco asqueroso indagou, ficando a uma distância perigosa do mais novo.
As palavras dele foram como um combustível na minha ira. Meu corpo inteiro entrou em um colapso de ódio e indignação, meus punhos se fecharam prontos para estraçalhar aquilo que ele chamava de cara, mas antes de eu caminhar meu primeiro passo em sua direção, Park explodiu.
— MEÇA SUAS PALAVRAS PRA FALAR COMIGO, SEU FILHO DA PUTA! — Ele gritou, avançando em um movimento tão rápido que eu mal tive tempo de processar.
O primeiro empurrão fez o homem quase voar longe, se desequilibrando a ponto de tropeçar nos próprios pés, mas logo se firmou, rindo como se tudo fosse uma piada.
— Jimin, sai, deixa isso comigo, eu não quero que você se machuque! — Eu disparei, puxando seu braço, mas ele se desvencilhou novamente, sem nem olhar para mim, se aproximando como um animal selvagem ao encontro de sua presa.
— Vai fazer o quê? Me bater? Quero ver se tem coragem, princesinha! — O homem desafiou, ainda gargalhando, mas sua voz já tinha perdido um pouco da força.
E então tudo aconteceu como um piscar de olhos. Park não hesitou, ele simplesmente se lançou para frente. O punho dele se fechou, e o som do impacto ecoou pelo corredor quando o soco atingiu em cheio o rosto do homem.
— Caralho, Jimin! Você vai se machucar, para com isso! — Bradei, buscando um jeito de pará-lo, mas ele estava fora de controle.
Merda. Desse jeito nós iremos parar em uma delegacia ou em um pronto-socorro já já.
Outro soco veio, desta vez mais forte, e o homem cambaleou, batendo as costas contra a parede com tudo. Mesmo assim, ele tentou rir, cuspindo sangue e um dente no chão.
— É isso? Só isso que você tem? — Ele desafiou, mas a bravata estava enfraquecida.
Porra, esse homem só pode ser masoquista, ele acabou de levar uma baita porrada capaz de arrancar um dente de sua arcada e ainda quer mais?!
— Park, chega! — Eu esbravejei, finalmente conseguindo agarrá-lo pelas costas. Envolvi meus braços ao redor dele e o puxei com toda a força que tinha, sentindo-o se debater.
— Esse desgraçado não pode falar assim comigo! Nem com você! — Jimin gritou, a voz vibrando com uma raiva que parecia muito maior do que aquele momento.
— Porra, já deu! Você precisa dessa mão pra trabalhar, para com isso! — Minha voz saiu alta, quase desesperada.
O jovem finalmente parou, respirando pesadamente pelo esforço físico, os punhos ainda cerrados. O homem, com o rosto vermelho e o lábio cortado, xingava entre dentes, mas já não tinha força para revidar.
— Isso não vai ficar assim... vocês deviam ter vergonha de sair de casa. De existir. — Ele murmurou, escorregando pela parede até sentar no chão, derrotado, mas ainda tentando manter a pose.
Park tentou avançar novamente, mas segurei-o com mais força, meu corpo tremendo de adrenalina.
— Acabou, Jimin! Vamos embora agora! — Determinei com a voz firme e grossa, carregada de urgência.
Ele finalmente cedeu, mas não sem antes lançar um último olhar cortante para o homem.
— Você tem sorte de ele ter me parado. Você estaria morto agora, seu pedaço de merda.
Enquanto o arrastava pelo corredor, meu coração batia tão forte que parecia sair do peito. Quando finalmente chegamos ao centro do bar, o loiro se soltou de mim e saiu, a passos largos, para a rua.
Corri para pagar a conta, meu corpo ainda tremendo. Quando enfim o alcancei do lado de fora, ele estava caminhando em direção à sua casa, sem olhar para trás.
— Jimin, espera! — Chamei, mas ele continuou me ignorando, os ombros tensos, a raiva ainda evidente em cada movimento.
Quando finalmente me aproximei, ele falou sem sequer virar o rosto:
— Anda logo, Jeon. Vamos pra minha casa.
O silêncio entre nós era esmagador enquanto caminhávamos pelas ruas quase desertas. Park seguia à frente, um cigarro queimando entre os dedos, pés batendo com força no concreto e uma carranca estampada na face.
Eu quis falar algo, qualquer coisa, mas as palavras não vinham. Era como se o ar ao nosso redor estivesse pesado demais para permitir qualquer som.
Foi só quando ele parou repentinamente que percebi o quão profundo ele estava mergulhado em sua própria tempestade.
— Jimin? — Chamei, cauteloso, mas ele não respondeu, apenas jogou o cigarro longe com um movimento exagerado e gritou, claramente exausto e irritado.
Foi então que se abaixou na calçada, deixando o corpo desabar até estar em posição fetal. Era como se a raiva e a determinação que o sustentavam até ali tivessem finalmente cedido, revelando algo muito mais frágil.
— Jimin! — Corri até ele, me ajoelhando ao seu lado.
Quando toquei seu ombro, ele se encolheu levemente, mas não resistiu. E então ouvi. Os soluços. Baixos, contidos, mas tão dolorosos que parecia que cada um deles cortava o ar como uma lâmina.
— Eles... eles sempre fazem isso. — A voz de Jimin saiu entrecortada, sufocada pelo choro. — Sempre acham que podem nos diminuir... como se não fôssemos nada.
Minhas mãos tremiam quando acariciei suas costas, tentando transmitir algum tipo de conforto.
— Ji... olha pra mim... — Pedi, mas ele continuava com o rosto escondido, os braços apertando as pernas como se fosse a única coisa que o mantinha inteiro.
Sentei-me ao lado dele, deixando o frio da calçada se infiltrar em mim, mas não me importei. O que importava era ele.
— Eu sei que dói... — Comecei, a voz baixa, mas firme. — E não importa o quanto tentemos ignorar, sempre tem alguém disposto a nos ferir... porque é mais fácil apontar o dedo e julgar do que entender e apoiar.
Ele finalmente ergueu o rosto, os olhos vermelhos e brilhantes pelas lágrimas que escorriam sem controle.
— Eu não queria que você visse isso. — Murmurou, a voz tremendo. — Não queria que você achasse que eu sou fraco.
Meu coração apertou ao ouvir aquilo.
— Fraco? Jimin, você é tudo menos fraco. — Minha mão encontrou o rosto dele, limpando suavemente as lágrimas que caíam. — Você é corajoso pra caramba. Você enfrentou aquele cara sem hesitar, e não por você, mas por nós.
Ele balançou a cabeça, rejeitando o que eu dizia, tentando desviar o olhar, mas segurei seu queixo, forçando-o a me encarar.
— Ei. Escuta bem o que eu vou dizer. — Minha voz saiu firme, mas cheia de carinho. — Você é uma das pessoas mais fortes que eu conheço. E, mesmo que você não precise carregar tudo sozinho, eu sei que você faria isso, porque você tem um coração enorme. Mas eu tô aqui, tá? Não precisa fazer isso sozinho.
As palavras pareceram quebrar o resto das barreiras dele, e ele desabou, os braços me envolvendo com certo desespero enquanto ele enterrava o rosto no meu peito.
— Eu tô tão cansado... eu só queria ser eu mesmo sem ter que lidar com tudo isso. — Park sussurrou, encolhido sobre mim, os soluços ainda sacudindo seu corpo.
— Eu sei, Jimin. Eu sei. — Passei os braços ao redor dele, apertando-o contra mim. — Mas você não precisa enfrentar isso sozinho. Eu tô aqui, e não importa o que aconteça, eu não vou a lugar nenhum.
Ficamos ali por um tempo que parecia infinito, apenas nós dois, no silêncio frio da calçada. O mundo lá fora ainda era cruel, ainda era pesado, mas naquele momento era só ele e eu.
Quando ele finalmente se acalmou, puxou o ar como se estivesse tentando se recompor, e eu o ajudei a levantar.
— Tá pronto pra ir pra casa? — Perguntei, meu tom leve, tentando aliviar um pouco a carga emocional.
Ele assentiu, os olhos ainda brilhando, mas agora com um toque de gratidão.
— Obrigado, Jungkook hyung. — Ele disse, baixinho.
— Não precisa agradecer, Ji, é o mínimo que eu poderia fazer por ti. — Sorri, segurando sua mão com firmeza enquanto começávamos a caminhar novamente.
E, por um breve momento, o peso do mundo pareceu um pouco mais leve.
O silêncio que se seguiu não era pesado. Era confortável, como se ambos estivéssemos processando a noite, mas sem a urgência de preencher o espaço entre nós com palavras. À medida que caminhávamos, o frio da noite parecia menos cortante, talvez pela proximidade, ou talvez porque algo em Jimin finalmente parecia relaxar.
— Você sabia que fica super gostoso quando se envolve em lutas corporais? — Soltei, tentando animá-lo. — Fica com aquela vibe de super-heroi irresistível... Eu quase consegui ouvir a trilha sonora da Marvel enquanto você enfrentava aquele cara.
Ele soltou um riso curto, surpreso pela tentativa de humor, mas não rejeitou.
— E você parecia... sei lá, um coelho assustado. Os seus olhos ficam gigantes e brilhantes iguais aos de uma criança assustada. — Ele respondeu, um leve sorriso se formando em seus lábios.
— Coelho? Criança assustada? Eu tava tentando ser pacifista, você ia acabar se machucando, pô! — Protestei, fingindo indignação.
— Pacifista ou só tava com medo de apanhar? — Ele arqueou uma sobrancelha, a provocação evidente na voz.
Revirei os olhos, mas ver aquele brilho familiar no olhar dele me fez sorrir.
— Tá, talvez um pouco dos dois. Mas alguém precisava te impedir antes que você fosse preso.
Park balançou a cabeça em afirmação, o sorriso crescendo.
— Não vou mentir, foi bom você estar lá. Se eu tivesse continuado, acho que teria me metido em um problema bem maior.
— Ainda bem que eu sou o seu anjo da guarda. — Brinquei, fazendo uma pose exagerada. As costas das mãos sob meu queixo e a minha expressão iluminada com um sorriso fofo.
Ele riu de verdade dessa vez, o som enchendo o ar frio da noite e me aquecendo mais do que qualquer casaco.
Conforme o caminho até o apartamento de Jimin se encurtava, as conversas iam ficando mais leves e recheadas de risadas. Era como se tivéssemos deixado a tensão da noite para trás e estivéssemos prestes a entrar em uma nova fase: uma que prometia a intimidade descontraída que só um encontro em casa pode oferecer.
Chegamos ao prédio dele mais rápido do que eu imaginava. O trajeto, antes marcado pelo peso emocional, havia se transformado em algo natural, quase como se fizéssemos aquilo todos os dias. Ele riu de algo que eu disse alguns segundos atrás, aquela risada que fazia seus olhos se fecharem e que me deixava ainda mais apaixonado por ele.
Enquanto digitava a senha na fechadura elétrica do 505, ele irradiava algo que eu não conseguia descrever completamente. Era a graça fácil, a dominância tranquila, o brilho natural que fazia Jimin ser... ele. E, por um momento, apenas observar isso me pareceu o suficiente para aliviar qualquer peso que restasse em meus ombros.
Então, com a porta aberta, ele me lançou um olhar breve e convidativo antes de entrar.
Ainda perdido em meus devaneios, só percebi que ele já estava do outro lado quando me chamou com um gesto impaciente.
Apressei-me em segui-lo, cruzando a entrada do apartamento, mas fui surpreendido ao encontrar dois pares de olhos curiosos pousados diretamente na minha pessoa.
Travei no mesmo instante. Talvez por não esperar aquilo. Ou talvez porque, secretamente, eu queria que fossemos só nós dois. Só eu e Jimin.
A sala era aconchegante, iluminada por uma luz quente e amarelada, com um cheiro agradável de chá e algo doce – cookies, talvez? Era o tipo de ambiente que, em outras circunstâncias, me faria relaxar instantaneamente. Mas a presença dos dois estranhos transformou o ar confortável em algo denso, como se todas as atenções estivessem voltadas para mim e eu não tivesse para onde fugir.
Meu desconforto era óbvio, e a atenção deles me fazia sentir como um protagonista de uma peça, mas não do tipo memorável, ou agradável.
Um dos rapazes que me observava infelizmente já era conhecido.
Seokjin, o moreno alto de postura impecável e olhos julgadores, cruzou os braços assim que me reconheceu, como se dissesse "Você de novo?". A penúltima vez que nos vimos tinha sido suficiente para que ambos concluíssemos que não éramos exatamente almas gêmeas sociais. Ele claramente não estava empolgado com a minha presença.
Ao lado dele, um rapaz loiro com um sorriso fácil e olhar amigável parecia menos hostil, embora confuso. Ele inclinou a cabeça como se tentasse me decifrar, seus olhos se apertando ligeiramente.
— Boa noite? — Ele arriscou, parecendo incerto sobre se eu era uma visita ou um intruso.
Me senti uma criança tímida na frente de adultos importantes, tentando parecer educado. Fiz uma reverência desajeitada e murmurei algo que, mesmo para mim, soou como um "boa noite" embargado por constrangimento e álcool.
Antes que a situação pudesse ficar mais estranha, o pequeno gatinho siamês, Cookie, surgiu da cozinha, trotando animadamente até Jimin. Ele ronronou alto e se esfregou na perna do dono, que prontamente se abaixou para acariciá-lo. Sem saber onde colocar as mãos e sentindo o peso dos olhares sobre mim, imitei o gesto.
Cookie, no entanto, parou diante de mim com desconfiança, cheirando-me como se ponderasse minha dignidade como ser humano. Após uma análise minuciosa, ele finalmente cedeu, permitindo que eu o acariciasse. Sua expressão quase arrogante parecia dizer: "Tudo bem, vou deixar dessa vez, mas só porque estou de bom humor."
Afagar o pelo macio do gato trouxe uma breve sensação de alívio, quase como se o ambiente pesado ao redor tivesse desaparecido por alguns segundos. Ele era tão fofinho que tive que segurar a vontade de mordê-lo.
— Não sabia que teríamos visita, Jimin. — Seokjin quebrou a bolha de silêncio, sua voz carregada com uma ponta de sarcasmo. — E por que ele, de novo?
Levantei-me junto com Jimin, que prontamente segurou meu braço, me guiando para longe do centro das atenções, ficando parcialmente à minha frente.
— Jin, não começa agora, por favor... não tô com cabeça pra isso. — O tom de Jimin era uma mistura de cansaço e paciência, enquanto ele pendurava a bolsa em um cabideiro e tirava os sapatos, se segurando em mim para não se desequilibrar e cair.
Quando o mais novo se ergueu e soltou meu antebraço, me abaixei para tirar os meus calçados também, tentando a todo custo não desmoronar no processo. Os movimentos lentos eram necessários, tanto pela embriaguez quanto pelo medo de tropeçar e reforçar ainda mais a imagem de um desastre ambulante.
— Vocês se conhecem? — Perguntou o loiro de rosto marcante, lançando um olhar curioso para Seokjin.
— Não o suficiente para eu gostar. — Seokjin respondeu seco, sua expressão não deixando margem para dúvidas sobre o desdém que sentia por mim. — Eu, sinceramente, queria muito entender porque ele está aqui.
Ri baixinho, uma risada sem humor que escapou mais por incredulidade do que por diversão. Era quase admirável como ele conseguia ser tão consistentemente grosseiro.
— Ele precisava de ajuda. — Jimin respondeu casualmente, colocando um ponto final na discussão antes mesmo de ela começar.
— E agora você tá transformando o apartamento em um albergue pra bêbados? — Seokjin rebateu, arqueando uma sobrancelha com a precisão de alguém que pratica julgamento no espelho.
Porra, eu pareço tão embriagado assim?
— Ele é meu amigo, Seokjin. Não tô pedindo sua permissão. — O tom de Park era firme, como sempre, mas havia uma suavidade por trás disso. Aquela calma calculada que me fazia, inevitavelmente, admirar o quanto ele sabia lidar com gente complicada.
Porém outra coisa se prendeu em minha mente. "Amigo."
Detesto o som dessa palavra quando é ele quem a diz. Detesto como ela parece arrancar todo o significado do que aconteceu entre a gente, jogando nossos momentos juntos em um baú pesado, trancado, e depois descartado em algum abismo que eu nunca vou alcançar. E isso me consome. Faz cada parte de mim querer desaparecer antes que essa ferida aberta sangre ainda mais.
Tentei pensar em alguma desculpa para sair dali. Qualquer coisa que me afastasse dessa conversa e, principalmente, do peso daquela situação. Mas, antes que pudesse abrir a boca, o loiro no sofá sorriu e se meteu na discussão, como se aquilo fosse apenas mais um dia normal.
— Amigo? Bom, acho que seu amigo tá precisando de um banho e umas horas de sono. — O comentário foi amigável, mas não ajudou muito com a sensação de humilhação que queimava em meu rosto.
— E de um novo fígado. — Seokjin murmurou, alto o suficiente para que eu ouvisse.
Fiquei em silêncio, mordendo a língua para não retrucar. Jimin, no entanto, não deu chance para mais provocações.
— Não se preocupem. Vou cuidar dele. — Ele anunciou, me puxando pelo braço e me guiando para fora da sala. — Por favor, não entrem no meu quarto.
Suspirei, aliviado, quando finalmente me virei pra seguir Jimin até um ambiente mais privado, um onde olhares de julgamento não existissem, e, por um momento, cheguei a achar que o pior tinha passado. Contudo, achei errado.
— Boa transa! Usem camisinha! — Gritou o amigo loiro e extrovertido, rindo alto enquanto eu congelava no meio do corredor.
A vergonha me atingiu como um tapa, meu cérebro demorando preciosos segundos para processar aquelas palavras.
— O quê? — Perguntei, rouco e estarrecido, mas Jimin apenas suspirou, sem nem se dar ao trabalho de olhar para trás.
Tá tão na cara assim que a gente fode?
— Hoseok tá brincando. Eles adoram tirar sarro, principalmente de quem reage como você.
"Reage como você". Ótimo. Não bastava vir para cá no auge da minha humilhação, agora também era "o cara que reage". Meu rosto ainda queimava enquanto Jimin me empurrava suavemente para o quarto, na última porta do corredor.
— Relaxa, Jungkook. É só uma noite. Eles vão esquecer amanhã.
Ha! Eu tenho sérias dúvidas disso.
A porta do quarto de Jimin se abriu com um rangido suave, revelando um espaço pequeno, mas com personalidade de sobra.
A primeira coisa que notei foi o cheiro, um aroma suave de baunilha e algo mais terroso – provavelmente maconha – que parecia tão dele quanto a risada que me distraía desde o bar. O ambiente era um reflexo óbvio de quem vivia ali: moderno e jovial, com toques pessoais espalhados por todos os cantos.
Logo percebi que Jimin não era do tipo minimalista, ele tem um estilo próprio e se atenta a detalhes que uma pessoa básica não se importaria, como: iluminação, pintura, roupas de cama, vegetação interior, cor e textura das cortinas, o tapete e sua cor, cada quadro, pôster e até bandeiras na parede e coisas ainda menores como: interruptores, tomadas, abajures e por fim o canto de estudos e escritório que, claramente foram planejados para serem o mais funcionais possíveis, repletos de itens que pareciam carregar a sua essência.
Cacete, até o mousepad e o teclado são a cara dele, como que ele conseguiu fazer um ambiente ter a mesma essência que ele?
No entanto, Park não era exatamente organizado. A cama, com roupas limpas empilhadas de forma descuidada, parecia mais uma bancada improvisada do que um lugar para dormir.
E sobre uma penteadeira próxima, maquiagens, acessórios e perfumes estavam dispostos como um caos funcional, algo que só o próprio Jimin saberia decifrar. Ainda assim, o chão estava impecável, e cada superfície limpa.
— Desculpe a bagunça! — Exclamou Jimin, enquanto recolhia às pressas as roupas espalhadas sobre a cama e as guardava em uma prateleira do armário planejado, fechando as portas desajeitadamente. — Toda vez que eu vou me arrumar pra sair, preciso fazer uma bagunça. Se não, não sou eu.
Ele disse isso com um tom de explicação apressada, quase como se sentisse a necessidade de justificar-se para mim. Era algo gracioso, pois deixava claro que ele se importava com a imagem que tinha dele. E, sinceramente, mesmo que ele fosse o pior dos bagunceiros, isso não me faria gostar menos dele.
Claro, meu TOC e meu perfeccionismo gritavam diante do caos evidente, mas havia algo no jeito de Jimin que suavizava qualquer incômodo.
Dizem por aí que os opostos se atraem. Eu discordo. Acho que os opostos se completam. E se passar o resto da vida arrumando a bagunça dele fosse o preço a pagar para tê-lo ao meu lado, eu pagaria sem hesitar.
Eu segui seus movimentos com os olhos, ainda lutando para me situar naquele espaço tão diferente da minha própria casa. Foi então que percebi os objetos na mesinha de cabeceira: um pequeno pote com camisinhas, um tubo de lubrificante e, ah, claro, um dildo estrategicamente posicionado como se fizesse parte da decoração.
Jimin congelou por um segundo ao perceber para onde meu olhar havia ido, seus olhos se arregalando como se o mundo fosse acabar ali mesmo. Sem hesitar, ele deu uma risada nervosa e correu até a mesa, tentando esconder tudo de forma desajeitada.
Eu quase gargalhei com a cena, porém, contive a risada, sabendo que Park me xingaria demasiadamente se eu risse dele.
— Não era pra você ver isso. Ainda. — Ele riu, sem graça, a voz levemente embargada de vergonha, enquanto jogava os itens dentro da gaveta mais próxima.
"Ainda"? Jimin, seu safado... eu conheço seus planos.
— Bem, é bom saber que você está preparado para emergências. — Comentei, incapaz de segurar a piadinha e um sorriso de canto.
— C-cala a boca, Jungkook! — O loiro respondeu, ainda rindo, mas com as orelhas coradas enquanto fechava a gaveta com mais força do que o necessário. — Eu não esperava receber visitas hoje, muito menos você.
Aqui estou eu agora, baby, contente-se com isso. Pensei em responder, talvez lançar alguma provocação, mas tudo o que saiu foi uma risada nasalada, carregada de sarcasmo.
Provocar Jimin era como brincar com fogo – um jogo sem volta, onde ele sempre parecia levar a melhor. E, sinceramente, eu não estava disposto a perder para ele. Então, engoli as palavras e me mantive em silêncio, deixando que meu sorriso falasse por mim.
Enquanto ainda apreciava o cantinho particular do loiro, meu olhar se voltou para a bandeira que ocupava parte da parede acima da cama de Jimin. Era uma bandeira de três tons vibrantes: rosa, amarelo e azul. Simples, fofa, mas desconhecida para mim. Então, perguntei:
— Que bandeira bonita. É de que país?
Minha mente buscava freneticamente algo das aulas de geografia ou das vezes em que viajei pela aeronáutica e precisei estudar sobre os países que visitaria. Nada. Não conseguia lembrar de nenhuma bandeira parecida.
— Não é de nenhum país, seu burro. É a bandeira pansexual, não conhece? — Respondeu Park, rindo, olhando para o símbolo e depois para mim, visivelmente surpreso.
— Bem... eu ainda sou meio perdido com essas coisas. Só conheço a do arco-íris... — Admiti, um tanto envergonhado, vendo-o rir de maneira cúmplice, como se entendesse o quão leigo eu era nesse assunto.
— A do arco-íris representa toda a comunidade LGBTQIAPN+. — Ele explicou, sua voz paciente, assumindo um tom quase didático, como se estivesse em sala de aula.
— Nossa, que sigla enorme. Achei que fosse só LGBT. — Confessei, surpreso.
— As pessoas têm buscado se identificar de forma mais específica, seja em sexualidade ou gênero. Por isso a sigla cresceu. Ainda há muito a ser feito, mas a liberdade de expressão e o direito de ser quem somos têm avançado de pouquinho em pouquinho... mesmo que às vezes nem pareça. — Park falava com uma profundidade que só alguém como ele poderia ter, e eu, curioso, aproveitei a deixa para me abrir:
— Você pode me mostrar depois a bandeira bissexual? Acho que é a sexualidade com a qual me identifico... — Murmurei, sentindo o calor tomar meu rosto, percebendo o tamanho da minha ignorância enquanto explorava um terreno tão novo.
Jimin sorriu, aquele sorriso gentil que me desarmava. Ele acariciou meu rosto de leve, parecendo orgulhoso ou, talvez, apenas contente com minha vulnerabilidade.
— Claro, Goo. Depois te dou uma aula completa. E, se quiser, ano que vem podemos ir juntos a uma parada LGBTQIAPN+. — Sua naturalidade fez meu coração disparar, e a ideia me encheu de empolgação.
— Jura?! Seria incrível! — Respondi de imediato, sorrindo de orelha a orelha. — Sempre vi fotos na internet, mas nunca tive a chance de ir.
— Então já tinha interesse antes? — Provocou ele, erguendo uma sobrancelha e me lançando um sorriso sugestivo.
Engoli em seco, tentando me esquivar.
— Não pesquisava, não. Só via por acaso, nas notícias mesmo. — Respondi rápido demais, quase tropeçando nas palavras.
Ele balançou sutilmente a cabeça, como se acreditasse, e deu um passo à frente. Seus olhos, intensos, analisaram cada detalhe da minha expressão antes de encontrar as minhas íris.
Ah, não. Meus olhos devem estar enormes agora. Odeio como eles me entregam toda vez que fico nervoso.
— É mesmo, Goo? — Jimin perguntou, a voz mais grave, carregada de uma provocação que fez um arrepio percorrer minha espinha.
E, como se não bastasse, ele sorriu de lado, aquele sorriso ladino que era minha ruína.
— É-é... — Gaguejei, desviando o olhar.
Como eu consegui gaguejar com uma letra só? Ótimo, parabéns, Jungkook, tá parecendo ainda mais patético. Meu cérebro fervilhava de vergonha, enquanto ouvia a risada nasalada dele.
— Quando eu tinha treze anos, também só "esbarrava" em notícias de homens sem camisa na internet... — Começou Park, o tom carregado de ironia. — E, de repente, apareciam uns sites suspeitos com homens pelados fazendo coisas... interessantes. Vai entender, né?
Ele disse isso com a maior naturalidade, o brilho debochado nos olhos deixando claro que minha mentira tinha sido escancarada. Engoli em seco mais uma vez, sentindo o rosto pegar fogo enquanto a risada dele preenchia o quarto.
Sem muito o que dizer, acompanhei o loiro atentamente com o olhar enquanto ele se afastava para pegar algumas peças de roupa nas gavetas do armário e depois colocava-as em cima da cama de casal, junto à uma toalha limpa.
— Aqui, pegue isso, Goo. Pode usar o banheiro da suíte para tomar um banho. Deve te ajudar a relaxar... e a tirar esse cheiro de cerveja também. Já te aviso que não gosto de homens com mau cheiro.
Olhei para as roupas oferecidas, depois para ele, e precisei de um esforço sobre-humano pra não desmoronar pelo peso de seu olhar e pela sua implicância.
Nossa, eu nem estou tão fedido assim. Que perseguição. Pensei comigo mesmo, cheirando a minha própria camisa e percebendo que não era tão mentira assim. Eu estava realmente cheirando a cerveja.
Ri do absurdo da circunstância e do jeito que Park me encarava com os braços cruzados e com o olhar de quem estava se divertindo às minhas custas.
O pior – ou melhor? Eu estava adorando toda aquela situação. Saber que ele sempre teria esse controle sobre mim. E o jeito como ele parecia gostar disso só servia para me deixar mais intrigado e viciado nele, na sua irreverência.
A visão que eu tinha era um verdadeiro deleite... Jimin, todo confiante, com aquele sorriso de canto e aqueles olhos azuis penetrantes me analisando de ponta à ponta... Ele ficava irresistível assim, como se pudesse me quebrar e reconstruir só com o toque certo, com as palavras certas.
E, porra... tudo o que eu conseguia pensar era em como eu queria vê-lo com essa mesma aura provocadora, confiante – mas debaixo de mim, comandando o meu ritmo. Não podia admitir, é claro, mas acho que nasci para ser comandado por esse homem.
O calor que subia pelo meu corpo, a memória da nossa troca no bar... tudo só fazia meu desejo crescer. E, sinceramente? Eu estava muito longe de querer segurar isso.
Inflei os pulmões e devolvi para ele aquele olhar dominante, dessa vez parecendo mais seguro de minhas decisões e de minha própria influência sobre ele.
— Eu vou para o banho, — Comecei, pegando as roupas e a toalha com uma calma exacerbada, o olhar fixo no dele, só pra aumentar a tensão entre nós. — mas com uma condição.
— Condição? — Ele arqueou uma sobrancelha, com um olhar de superioridade, tentando parecer cético e indiferente, mas o nervosismo quase imperceptível no tom o entregava.
Comecei a me aproximar perigosamente até parar a centímetros dele. A distância era quase cruel, como se eu estivesse testando seus limites, o desafiando a recuar.
Ali, tão perto do loiro, eu era capaz de sentir seu cheiro quente e doce, misturado com algo inconfundivelmente dele, algo sensual, que parecia me prender a ele, querer ficar para uma eternidade. Meus olhos desceram devagar até seus lábios, antes de subir de novo, como quem diz "você não tem pra onde correr".
Agora eu estava dominando a atmosfera.
O rapaz percebeu o que aquele olhar queria dizer e crispou os lábios, finalmente mais tenso do que eu, o corpo estremecendo quando minha mão livre subiu e segurou sua cintura, os dedos gélidos pressionando levemente a carne quente abaixo do tecido da camiseta.
O toque era firme, possessivo, e eu me inclinei um pouco mais, quase roçando meu rosto no dele. Ele deu um leve tranco, e eu precisei morder o lábio pra não rir.
— Você toma banho comigo... e deixa eu fazer o que eu quiser com seu corpo. — Minha voz saiu arrastada, mais grave do que eu esperava, quando proferi minha condição. Mas, honestamente, era difícil soar neutro quando a única coisa que passava pela minha cabeça era como seria despir todo aquele corpo e pressioná-lo contra a parede fria do banheiro.
Jimin piscou, e seus olhos se arregalaram de um jeito quase adorável, e eu soube que enfim o tinha nas mãos. Pela primeira vez na noite, ele parecia realmente sem palavras, o que, convenhamos, era uma raridade.
Talvez fosse o fato de eu estar tão confiante, tão entregue ao jogo que ele sempre gostou de liderar. Mas, agora, era eu quem ditava as regras, e vê-lo tímido, sem saber como reagir, estava se tornando meu novo passatempo favorito. Eu amava reverter nossos papéis.
Vi sua garganta se mover quando ele engoliu seco, o olhar nervoso indo dos meus olhos para minha boca, antes de voltar. Ele abriu a boca, mas nenhuma palavra saiu. Sua hesitação era quase exasperante – mas deliciosa.
— Não terminamos o que começamos no bar. — Continuei, aproximando meu rosto até que nossos narizes quase se tocassem. — Eu não me esqueci do que você disse sobre eu poder te comer. E, se for depender de você pra tomar coragem, acho que vou morrer de velhice antes disso.
Os dedos dele se mexeram nervosos ao lado do corpo, e eu sabia que estava vencendo. Minha mão na sua cintura deslizou ligeiramente para trás, repousando na sua lombar num toque lento e preguiçoso, o polegar traçando pequenos círculos contra a pele quente.
Eu o observava como alguém que venera cada detalhe de uma obra de arte, mas com o anseio de quem está pronto para tomar posse absoluta. E, não vou mentir, eu daria tudo o que tenho para despi-lo por inteiro e, depois, o foder até que nada além de sons desconexos e sem sentido saíssem de sua boca.
Para que isso se tornasse realidade eu sabia que precisava testar os seus limites, então continuei:
— Ou talvez eu devesse voltar para aquele bar e alimentar meu desejo de outra forma... — Acrescentei; o sorriso satisfeito brincando em meus lábios enquanto o provocava. — já que fui embora de lá por sua causa quando você quis descer a porrada naquele cara mesmo quando eu tentei intervir.
Foi o golpe final. Ele suspirou fundo, os ombros caindo numa rendição quase teatral, e jogou as mãos para o alto.
— Aish... Tá bom, cacete! — Ele rebateu, mas seu tom veio carregado daquela irritação fingida que fazia meu peito aquecer de um jeito estranho. — Você venceu, ok? Se quer tanto assim me comer, então eu dou pra você, mas, pelo amor de Deus, se Jin bater aqui reclamando de qualquer barulho, a culpa vai ser toda sua.
Soltei uma risada baixa diante de sua espontaneidade desarmada e, antes que ele pudesse reagir, estendi a mão e apertei sua bochecha com um gesto brincalhão.
— Bom menino. — Declarei, com um tom de satisfação genuína, saboreando o pequeno triunfo de vê-lo ceder à minha vontade.
A pele macia divergia completamente com a expressão emburrada e dura, o que só tornava a cena ainda mais irresistível. Ele tinha essa habilidade única de ser bravo e fofo ao mesmo tempo, e, por mais que tentasse manter a pose, aquele ar de irritação só o deixava ainda mais adorável.
Foi inevitável lembrar da madrugada de domingo naquele box... o contraste hipnotizante do rosto dele, tão lindo, macio e meigo, sendo tomado por um vermelho quente e vibrante, marcado pelo brilho do meu líquido enquanto ele batia meu membro contra sua pele de forma excitante, quase possessiva, como se quisesse me gravar nele e me mostrar que não havia lugar para dúvidas: meu pau pertencia a ele.
Caralho, eu preciso repetir essa experiência. Hoje, se possível.
— Eu vou me esforçar para ser silencioso enquanto te fodo bem gostoso, tá? — Certifiquei, minha voz carregada de malícia enquanto soltava sua bochecha e a beijava, admirando o sorriso envergonhado que brotava no canto de sua boca.
Então, dei um passo pra trás, permitindo que ele passasse por mim, mas só porque sabia que ia voltar a ficar ainda mais perto dele em questão de minutos. Bastava estarmos finalmente nus para que isso acontecesse.
Segui Jimin com o olhar até o banheiro, contemplando a maneira como ele rebolava sutilmente o quadril ao caminhar e já planejando mentalmente a forma com a qual eu arrancaria cada vestimenta sua. O tatuado hesitou na entrada, como se pensasse duas vezes, mas se virou pra mim com um olhar meio provocativo, meio impaciente, por cima do ombro.
— Vai ficar aí me comendo com os olhos ou vai vir tomar banho comigo? — Ele desafiou, estreitando as pálpebras.
— Por mim, a gente já podia começar aqui mesmo. — Respondi sem um pingo de vergonha, tirando a camisa e largando-a no chão. — Mas você quem manda, meu bem. Só não demora muito pra entrar no clima, porque eu não sou de esperar.
Como se minha fala fosse inacreditável demais para ser verdade, Park deu uma risadinha seca, balançando a cabeça, como se não acreditasse na audácia que eu tinha de provocá-lo àquele ponto. Mas o brilho nos olhos dele, uma faísca de tentação, me dizia que ele estava gostando mais do que poderia admitir.
— Você é inacreditável. — Ele murmurou, cruzando os braços e se encostando no batente da porta do banheiro. O tom de pouco-caso quase quebrou meu orgulho, mas a curva nos cantos de sua boca o denunciava. Ele não sabia esconder o quanto amava aquilo.
— E você gosta disso. — Retruquei, me aproximando sem pressa, ciente de como ele me analisava de cima a baixo, mesmo que tentasse disfarçar.
Eu não precisava de muito para prendê-lo naquela tensão. Meu peitoral descoberto já parecia suficiente para manter os olhos dele fixos em mim, ainda mais quando o calor do momento dava à minha pele uma fina camada de suor que refletia a iluminação fraca do ambiente.
Jimin vacilou por um instante, quase deslizando pelo portal do cômodo, contudo, seu ego não o deixava transparecer o quão mexido ele estava comigo.
Ele permaneceu firme, concentrado em manter a postura, ainda impecável como sempre e eu só queria encontrar um jeito de desarmá-lo, de quebrar essa barreira de resistência que ele criou ao redor dele. Entretanto, eu mesmo estava quase me desmontando para ele, como sempre. Afinal, por que ele tinha que ser tão lindo assim?
Lá estava ele loiro, tatuado, vestido demais para o que eu queria fazer... e com aquele magnetismo que parecia me trazer sempre para perto.
Decidi ousar mais uma vez, determinado a acender nele a mesma ambição que me consumia, uma promessa silenciosa de tudo o que poderíamos criar juntos naquela noite.
— Tá olhando o quê? — Perguntei, deixando o tom provocativo, quase casual, enquanto parava a uma distância mínima.
— Nada que valha tanto a pena. — Ele rebateu rápido, mas o desvio sutil dos olhos e o jeito que mordeu de leve o canto dos lábios entregaram a mentira.
Eu ri baixo, aproveitando o jogo. Era uma brincadeira perigosa, mas que ambos adorávamos. Minhas mãos alcançaram o cós da calça que eu ainda vestia, desabotoando-a com uma calma proposital.
— Se não vale a pena, por que não consegue parar de olhar? — Desafiei, chutando a peça de roupa para longe de meus pés, depois que a deslizei pelas pernas, ficando apenas com a roupa íntima.
Jimin desviou o olhar rapidamente, como se quisesse manter a pose de desinteressado, mas era inútil. Seus dedos apertaram o batente da porta, inquietos, enquanto eu avançava mais um passo, forçando-o a ficar ainda mais perto.
— Está esperando um convite formal, Park? — Indaguei, com um sorriso travesso ainda nos lábios.
Ele abriu a boca para responder, mas minha ação subsequente o calou no mesmo instante. Minhas mãos alcançaram seus glúteos, os dedos firmes apertando a carne coberta com avidez. Ele prendeu a respiração por um momento, talvez pelo toque inesperado, ou pelo jeito que eu estava claramente desafiando os limites que ele tentava estabelecer.
— Você tem coragem de dizer que eu sou inacreditável, mas olha só quem está quase tremendo pra mim. — Murmurei, o rosto tão próximo do dele que nossos lábios se encostavam singelamente.
Me afastei só o suficiente pra deslizar a boca pelo pescoço dele, deixando uma trilha úmida que provocava suspiros roucos, desses que entregam até o que ele tenta esconder. Cada reação parecia uma provocação silenciosa, como se ele soubesse exatamente o efeito que tinha em mim e jogasse combustível no fogo.
O cheiro dele era simplesmente covardia – almiscarado, doce, com um toque quente e familiar que bagunçava minha cabeça. Era impossível não querer mais, impossível não querer rasgar aquela roupa e resolver tudo ali mesmo, sem pensar, sem freio. E ele sabia. Aquele olhar ligeiro, quase desafiador, dizia que ele sabia muito bem.
Mas, claro, o orgulho dele tinha que dar as caras. Então ele empurrou meu peito com firmeza, me afastando com uma expressão que tentava misturar cautela e desdém, mas só conseguia ser patética. Porque, porra, era o mesmo cara que, minutos antes, tava praticamente suplicando por um boquete no bar como quem implora por água no deserto.
— Vai tomar banho logo ou pretende me torturar mais? — Ele perguntou, tentando soar firme, mas a voz entregava o contrário.
Eu ri, sem conseguir evitar. Aquele jeito birrento não passava de uma fachada malfeita pra disfarçar o óbvio: a impaciência dele pra ser fodido. Ele queria aquilo tanto quanto eu, só não sabia admitir, muito menos pedir.
Park ainda mantinha aquela expressão, os olhos apertados como se estivesse avaliando minha próxima jogada, mas o rubor e o arrepio evidente em sua pele contava uma história completamente diferente. Ele estava tentando segurar as pontas, mas a cada segundo ficava mais óbvio que a paciência dele estava tão curta quanto o espaço entre nós.
— Tortura? — Repeti, inclinando levemente a cabeça enquanto pressionava meu físico decididamente contra o seu, eliminando qualquer espaço restante entre nós. — Isso não é tortura, Park. Ainda não.
Um sorriso contido brotou em seu rosto enquanto eu premeditadamente deixava minhas mãos irem ao encontro do primeiro acessório no seu corpo. Afinal, se era para desnudá-lo, que fosse por inteiro.
Comecei pelos anéis, deslizando-os um a um pelos dedos pequenos antes de deixá-los cair em qualquer lugar próximo, sem me preocupar com a bagunça. A pulseira de prata saiu em seguida, o tilintar leve contra o piso ecoando pelo cômodo silencioso.
Jimin me observava com atenção, os braços e a postura ainda rígidos como se estivesse no controle, mas o aperto das unhas em suas próprias palmas denunciava o esforço para parecer indiferente.
— O que está fazendo? — Ele questionou, a voz seca e quase casual.
— Te preparando. — Respondi, sem olhar diretamente para ele, agora me concentrando nos brincos.
Um a um, eles foram abandonados junto aos outros acessórios, seguidos pelo colar que eu já tinha puxado uma vez naquela noite, durante nossos beijos afobados no bar. Por último, deslizei a corrente fina que envolvia a cintura do mais novo, soltando-a com a mesma calma, deixando-a cair junto ao cinto que arrancara sem pressa.
Quando finalmente ergui o olhar, Jimin não parecia mais tão imune. Sua respiração estava sutilmente mais rápida, e seus olhos percorreram meu corpo sem nenhum pudor.
— Impressionado? — Perguntei, avançando um passo enquanto ele permanecia parado, imóvel contra o batente.
— Pelo conhecimento e precisão, talvez. — Ele retrucou, mas o tom era mais baixo agora, quase rouco.
Era evidente o quão atento eu era aos mínimos detalhes, vai ver era o costume que eu tinha de tirar as joias de Sohee quando íamos para a cama ou só um ritual adquirido ao longo da vida.
Mas, eu admito, eu realmente fazia aquilo parecer fácil, enquanto que muitos homens, numa situação parecida, certamente sofreriam na tentativa de tirar um simples colar – muitos, com certeza, nem se arriscariam a tentar.
Meu sorriso cresceu quando minha mão finalmente alcançara a barra da camiseta dele.
— Se gostou disso, espera só pra ver o que eu vou fazer.
Sem esperar permissão, puxei a babytee branca com a logo da Playboy estampada, revelando a pele clara e as linhas marcadas de seu abdômen definido. Mas o que realmente prendeu minha atenção foram as pedrinhas rosas em formatos de coração brilhando sobre as aréolas amorenadas e pequeninas do loiro.
Eu nem tinha percebido elas antes, então visualizar as joias novas foi uma verdadeira revelação. Eu não sabia dizer se eram meigas e fofas ou sexies para caralho, mas o tesão que isso me despertou não podia ser descrito em palavras.
— Sempre com alguma surpresinha, né, Park? — Murmurei, enquanto meus dedos deslizaram sobre as pedrinhas, apertando o mamilo rijo depravadamente.
O loiro fechou os olhos por um breve momento, a respiração escapando entre os dentes, mas ele logo se recompôs. Ou tentou.
— Gosta do que vê? — Ele provocou, umedecendo os lábios com a língua.
— Gosto tanto que não sei se vou conseguir me segurar. — Murmurei, enquanto terminava de retirar a camiseta, deslizando o tecido pelos braços dele e a largando no chão.
Sem mais palavras, desci as mãos pela lateral do corpo tatuado dele, demorando o suficiente para sentir cada curva, cada contorno, até alcançar o cós da calça jeans que ele usava. Com um único puxão, o botão foi desfeito, e a peça deslizou pelas pernas dele, junto com a cueca, deixando-o completamente exposto diante de mim.
Jimin, sempre tão confiante, parecia lutar para manter o controle enquanto eu me abaixava parcialmente para tirar o restante da roupa. Meus olhos subiram lentamente, apreciando a visão dele – as coxas firmes e grossas, o pau duro e latejante, os quadris largos e curvados, a cintura estreita, cada traço harmonicamente desenhado.
— Tão lindo que chega a ser criminoso... Você roubou a beleza do mundo todo só pra você, isso é um absurdo, Jimin. — Comentei, erguendo-me e puxando-o ao meu encontro enquanto desferia um tapa firme em sua bunda.
O ruído estalado da minha palma se chocando com seu glúteo carnudo ecoou de forma erótica pelo espaço estreito, o que foi suficiente para eu me fantasiar fodendo-o com força enquanto o batia sem pudor.
Ele arfou, um som breve e abafado que me fez sorrir ainda mais.
— Idiota. — Ele sussurrou, mas o rubor em suas bochechas e o brilho em seus olhos mostravam o quanto ele tinha gostado do gesto.
O empurrei suavemente até a parede do banheiro, fechando a porta ao nosso lado e dei um passo na sua direção, agora tão próximo dele que nossos corpos compartilhavam o mesmo calor.
Delicadamente meus dedos deslizaram até sua cintura, apertando-a com força enquanto eu o pressionava contra o revestimento frio do ambiente.
— Fala mais, Park. Eu adoro quando você finge que não gosta.
Ele tentou responder, mas eu não dei tempo.
Pressionei meus lábios nos seus, num ósculo selvagem e faminto, enquanto as minhas mãos continuavam a desbravar o seu físico perfeito, subindo e descendo por cada musculatura, demonstrando afeição em cada um dos meus gestos carnais, inclusive no jeito em que, mais uma vez, eu bati e apalpei suas nádegas.
Os piercings em seus mamilos raspavam contra meus peitos, intensificando a tensão que parecia nos envolver, quase como um convite proibido, e eu não perdi tempo, comecei a apertar e massagear o peitoral do jovem, vez ou outra esfregando o polegar nos bicos excitados.
E, novamente, me vi tentado a abocanhar, sem qualquer aviso prévio, o peito forte e másculo do loiro, quase como se minha vida dependesse disso, mas o ar – ou melhor, a falta dele – acabou vencendo.
Nossos pulmões imploraram por fôlego, e fomos forçados a nos afastar, ofegantes. O brilho impetuoso do desejo ainda dançava nos olhos dele, mas agora vinha carregado de algo mais – uma entrega silenciosa, impossível de esconder, mesmo que ele quisesse.
— Ainda acha isso tortura? — Perguntei, minha voz grossa e baixa, enquanto descia minha boca pelo pescoço dele novamente, marcando a pele com mordidas e beijos úmidos que lhe arrancavam arfadas sôfregas.
— Se for, que seja mais longa. — Ele respondeu, o tom desafiador, desfeito em pura libido.
Eu me afastei apenas o suficiente para puxar minha última peça de roupa, deixando a cueca boxer escorregar pelas pernas até cair no piso sob meus pés. Naquele momento, eu sabia, não havia mais nada entre mim e a visão estonteante de Park Jimin, completamente exposto e entregue, somente para mim.
Ele estava parado ali, com a feição de quem espera por mais, mordendo o lábio inferior de leve, como se soubesse exatamente o que estávamos prestes a fazer. Era impossível resistir.
Meu olhar desceu por seu corpo, fascinado em cada traço das tatuagens no tronco e nos braços, os músculos definidos, o peitoral enorme, a silhueta sinuosa, e a curva perfeita de sua bunda gigante que ainda trazia o leve rubor dos tapas que eu acabara de lhe dar.
— Vai continuar me olhando assim? — Ele indagou, a voz baixa, quase um sussurro, enquanto girava os ombros e o tronco em um movimento casual que fazia cada parte do seu corpo parecer ainda mais tentadora. — Ou vai fazer alguma coisa a respeito?
Minha respiração estava pesada, e, por um momento, eu não me mexi. Apenas fiquei ali, deixando minha mão deslizar até meu próprio membro, já duro, pulsante e molhado. Envolvi-o com firmeza e comecei a me mover lentamente, meus olhos fixos nele, absorvendo cada detalhe.
— Você realmente não tem ideia do que faz comigo, não é? — Murmurei, minha voz rouca de desejo, enquanto minha mão continuava a trabalhar em um ritmo preguiçoso.
O loiro riu, um som baixo e sensual, enquanto dava um passo para longe, seus olhos nunca deixando os meus.
— Acho que tô começando a entender o que eu provoco em você, Jeon. — Ele respondeu, girando nos calcanhares e caminhando até a banheira, que dominava a lateral do cômodo. Seus movimentos eram lentos e intencionais, cada passo parecia coreografado para me deixar louco.
Meu olhar acompanhou cada curva, cada músculo que se movia sob sua pele tatuada. Ele se inclinou ligeiramente para abrir a torneira da banheira, o som da água preenchendo o ambiente enquanto ele ajustava a temperatura.
A postura dele, debruçado daquela forma, fazia sua bunda grande e arrebitada ficar ainda mais empinada, e meus dedos pressionaram com ainda mais força a minha ereção em resposta à visão.
Ele sabia exatamente o que estava fazendo, não era inocente. Quando se endireitou, virou-se parcialmente para me encarar, um sorriso malicioso brincando em seus lábios enquanto deslizava uma mão pelo próprio peito, quase distraído.
— Você vai ficar aí brincando sozinho ou vai entrar na banheira comigo? — Ele provocou, arqueando uma sobrancelha enquanto apontava para a água que começava a subir, quente e convidativa.
— Se você continuar se exibindo assim, vou precisar de um segundo round antes mesmo de entrar. — Respondi com uma expressão sugestiva enquanto me aproximava, ainda me tocando.
Ele soltou um suspiro falso, como se estivesse entediado, mas a maneira como seus olhos seguiram meus movimentos dizia o contrário.
— Então acho que vou ter que fazer você se apressar, velhote.
Argh... que moleque desgraçado. Eu vou arrombar ele hoje como vingança por cada zoação que fez envolvendo a minha idade.
Antes que eu conseguisse formular uma resposta à altura, ele abriu o armário do banheiro com a tranquilidade calculada de quem já sabia exatamente o que estava fazendo.
Com dedos ágeis, pegou uma bomba efervescente em formato de coração e a lançou na água, observando enquanto ela se dissolvia lentamente, tingindo o banho com uma espuma rosa vibrante e liberando um aroma doce de morango que rapidamente tomou conta do ambiente.
Como se isso não fosse suficiente para transformar o momento em algo quase onírico, Jimin começou a tirar do mesmo armário uma coleção de velas, cada uma cuidadosamente escolhida para complementar o cenário.
Ele as posicionava estrategicamente pelo cômodo, o rosto banhado por uma luz suave e os olhos brilhando com um misto de diversão e malícia.
Entre cada gesto, nossos olhares se cruzavam, como se ele ditasse, com precisão quase cruel, o ritmo do universo que criava ao nosso redor.
Quando todas as velas estavam acesas, ele apagou a luz central com um movimento lento e acendeu uma luminária especial, que projetava constelações e nebulosas pelas paredes e pelo teto. O banheiro, antes comum, agora parecia um portal para outro mundo – etéreo, quase irreal de tão perfeito.
— Uau... — O suspiro escapou dos meus lábios antes que eu pudesse controlá-lo. Tudo parecia uma pintura viva, e cada detalhe me arrastava para dentro da memória que ele, tão generosamente, estava criando para mim.
Com um sorriso discreto e um brilho orgulhoso nos olhos, Jimin me observava, seu fascínio evidente em cada linha de seu rosto. Ele parecia genuinamente alegre em me ver encantado, perdido no espetáculo que ele tinha preparado com tanto cuidado. Era impossível não me sentir arrebatado pelo capricho.
— Quanto empenho, príncipe... Tudo isso só pra eu te foder? — Brinquei, permitindo que um sorriso ladino se formasse em meus lábios enquanto observava sua expressão.
Ele riu, aquele som nasalado que me fazia perder qualquer controle, e balançou a cabeça em uma confirmação descarada. Depois, ajoelhou-se ao lado da banheira, testando a temperatura da água com uma das mãos.
Desta vez o movimento não foi tão sutil quanto o anterior, seu corpo estava quase inteiramente inclinado para frente e a bunda perfeitamente erguida e convidativa, revelando-se por completo diante de mim. Uma provocação calculada e perigosa, feita sob medida para testar os limites da minha sanidade.
— Vamos, Jeon. Mostra o que você sabe fazer. — Sua voz saiu baixa, carregada de desejo, e o desafio em seus olhos era um convite ao caos.
Eu estava perdido. Totalmente perdido naquele corpo, naquele olhar, naquele homem que parecia saber exatamente como me levar ao limite.
A banheira já estava quase cheia quando me aproximei de Jimin, ainda apoiado na borda, me esperando com aquele olhar que fazia o sangue ferver em minhas veias. Soltei meu membro e deslizei as mãos pelos quadris e abdômen dele, puxando-o para se erguer novamente, o calor do meu corpo colando-se ao dele.
— Você realmente gosta de me provocar, não é, putinho? Mas quem vai implorar pra ser fodido hoje é você. — Sussurrei contra sua orelha, mordendo a pele suavemente enquanto minhas mãos percorriam o físico esculpido do loiro.
Lentamente meus dedos traçaram os contornos de suas tatuagens como se quisessem decorá-las, enquanto eu, com o membro perfeitamente encaixado entre as nádegas redondas, me divertia esfregando-me ali, pressionando as bandas ao redor da minha extensão.
Park soltou um gemido baixo quando acidentalmente pressionei a glande em sua entrada, quase invadindo-o por um mísero segundo e precisou se afastar, virando-se para me encarar com um sorriso lascivo ainda nos lábios.
Em seguida, deslizou as mãos pelo meu peitoral, arranhando levemente minha pele com as unhas antes de me empurrar de leve.
— Ah, Goo, acho que você que vai me implorar primeiro. — Respondeu, antes de entrar na banheira com a mesma graça provocativa de sempre, a espuma agitando-se ao redor de seu corpo.
Safado, quer me ver pirar.
Não esperei um segundo sequer antes de segui-lo, e quando me acomodei ao seu lado, a água transbordou, escorrendo pelas bordas e molhando o chão do banheiro. Mas aquilo não nos incomodava. Estávamos presos no nosso próprio espetáculo luxurioso.
A sensação quente da água e da espuma ao redor de nós era apenas um pano de fundo para o calor muito mais intenso que emanava de nossos corpos.
Park se aproximou, montando em meu colo com uma facilidade que parecia ensaiada, suas coxas fortes se encaixando de cada lado do meu quadril. O sorriso dele era pura provocação, mas os olhos, aqueles olhos que refletiam desejo, diziam tudo o que eu precisava saber.
— Está gostando, doutor? — Ele perguntou, sua voz baixa e carregada, enquanto deslizava as mãos por meus ombros e pescoço, apertando de leve os músculos antes de me arranhar como quem marca seu território.
Eu não respondi com palavras. Minhas mãos agarraram sua cintura, puxando-o com força contra mim, fazendo nossos sexos rijos se encontrarem sob a água quente. Jimin soltou uma arfada baixa, e aquele som foi como combustível para meu anseio.
— Você não faz ideia. — Murmurei antes de tomar seus lábios nos meus num beijo sedento, fervoroso, que parecia querer consumi-lo por completo. Minha língua invadindo o espaço quente e molhado com desinibição.
As mãos de Park começaram a se mover com uma urgência quase selvagem, como se estivessem estudando meu corpo para gravá-lo na memória.
Seus dedos percorriam cada linha, cada saliência dos meus músculos, enquanto suas unhas, sem pudor, cravaram-se em minhas costas, selando o momento com uma dor sutil que só amplificava o meu prazer.
Ele aprofundou o beijo com uma maestria que me fez perder o fôlego, seus quadris começando a se mover em um ritmo deliberado, criando uma fricção insuportavelmente viciosa que arrancou de mim um gemido abafado, quase involuntário.
Nossas línguas travavam uma dança imoral, uma batalha eufórica entre dentes e lábios. Cada estalo úmido ecoava como música; cada ruído parecia carregado de desejo e promessa. E o som da respiração de Jimin – irregular, quase um sussurro contra meus lábios – era como um feitiço, um vício ao qual eu jamais poderia resistir.
Se o encaixe de nossos corpos parecia perfeito, o de nossas bocas então era sobrenatural, como se fôssemos moldados para isso, duas peças raras que só faziam sentido juntas.
Era uma chance insana, uma em bilhões, de que ele fosse exatamente quem eu precisava tocar, e de que eu fosse quem ele desejava possuir.
Minhas mãos deslizaram por seus ombros para segurá-lo firme, e meus lábios, famintos, deixaram os seus apenas o suficiente para traçar um caminho pela curva de seu maxilar.
Meus lábios deslizaram pela tatuagem de onça, provocando sua pele com meus dentes e lábios, até alcançar o contorno delicado de sua clavícula. Minha língua seguiu sua linha como se gravasse memórias em sua pele, parando apenas ao encontrar o metal frio do piercing em seu mamilo. Ali, não hesitei – rodeei o acessório com a língua, explorando-o como se cada reação sua fosse meu maior triunfo.
— Jungkook... — Ele suspirou, arqueando a coluna enquanto minhas mãos deslizavam por suas costas molhadas, apertando suas bandas redondas com força suficiente para deixá-lo gemer novamente.
Ele começou a se mover mais rápido, os movimentos de sua pelve ficando mais ritmados, mais urgentes, enquanto minhas mãos guiavam seu corpo com precisão. Nossos membros latejando simultaneamente um contra o outro, escorregadios pela água e pela lubrificação natural.
A água da banheira continuava a transbordar, mas nós ignorávamos. Cada toque, cada gemido, cada movimento era um lembrete de que nenhum de nós tinha controle naquele momento – e ambos adorávamos isso.
— Você é perfeito. — Murmurei contra sua pele, antes de puxá-lo para mais um beijo ébrio, minha língua massageando a sua em sintonia com seus movimentos enquanto nossas respirações se mesclavam com perfeição.
Jimin respondeu com um movimento ainda mais ousado, subindo os quadris até ter meu membro perfeitamente posicionado entre as nádegas, inclinando-se para trás enquanto me dava a visão perfeita de seu peito nu e escultural, subindo e descendo num ritmo desenfreado enquanto ele castigava meu pau, se esfregando como um louco nele.
— Hmpf... Mostra pra mim, Jeon... — Ele murmurou, a voz rouca de desejo, enquanto me encarava com ardor. — Mostra por que eu sempre volto pra você.
E naquele momento, enquanto ele se movia sobre mim, enquanto a água quente nos envolvia e as luzes tênues iluminavam suavemente o ambiente, tudo o que existia era ele, e eu sabia que tinha tudo em minhas mãos.
O jovem, ainda no comando com sua ousadia quase cruel, transformou o momento em algo que beirava o sobre-humano. Seus quadris moviam-se com uma habilidade frenética e incontrolável, girando em um ritmo que parecia orquestrado pela própria luxúria.
Cada contração e dilatação de sua entrada contra a ponta do meu membro enviavam ondas de prazer brutais através de mim, enquanto ele brincava impiedosamente com os limites perigosos entre o toque e a invasão.
Seus movimentos eram puramente perversos, e os gemidos baixos que escapavam de seus lábios, intercalados por palavras quebradas, criavam uma melodia obscena que parecia gravada na minha pele.
Minha mão, agora ávida, deslizou pela coxa firme e tensa, explorando cada linha antes de avançar e encontrar seu membro – quente, latejante, pulsando contra minha palma como se implorasse por atenção.
Quando seu corpo se contorceu e meu nome escapou de sua boca em um sussurro rasgado, o som reverberou em mim como uma explosão de puro êxtase.
— Hyung... — Ele murmurou, quase um lamento, sua voz carregada de necessidade, enquanto suas mãos agarravam meus ombros com força, buscando algum tipo de equilíbrio.
Com firmeza, meus dedos envolveram sua ereção, deslizando lentamente por toda a extensão, subindo e descendo com um ritmo calculado para destruí-lo. Minha outra mão se apoiou em sua lombar, mantendo-o no controle, mas completamente à minha mercê.
Quando deixei a ponta dos meus dedos brincar em círculos ao redor da sua glande, senti seu corpo inteiro tremer contra o meu, como se a tortura que eu oferecia fosse ao mesmo tempo seu tormento e sua glória.
Seus quadris, movidos por puro instinto, começaram a buscar mais contato, mais fricção – mas eu não cedia. Eu ditava o ritmo, a pressão, o prazer. E enquanto ele estremecia sobre o meu colo, a tensão entre nós crescia como uma corrente elétrica, inescapável e insuportavelmente deliciosa.
— Fica de pé pra mim. — Ordenei suavemente, minha voz rouca e carregada de desejo.
Park hesitou por um segundo, os olhos semicerrados e os lábios entreabertos, mas obedeceu, sustentando-se na borda da banheira enquanto se levantava. A água escorreu por seu corpo perfeito, destacando cada linha perfeitamente desenhada por mãos divinas, e eu me peguei prendendo a respiração diante da visão.
Com ele de pé, totalmente exposto e vulnerável, minha boca praticamente salivava. Meus olhos o devoravam enquanto ele olhava para baixo, o canto de sua boca curvado em um sorriso lascivo.
— Vai ficar admirando ou vai me mostrar o que sabe fazer? — Ele provocou, com a respiração pesada.
Não precisei de mais incentivo. Me ajoelhei na banheira, a água quente batendo em minha cintura enquanto puxava seus quadris para mais perto. Uma das minhas mãos segurava seu membro, enquanto a outra subia pela lateral de sua coxa, explorando sua pele tépida e molhada.
Aproximei meus lábios da ponta latejante, beijando-a suavemente antes de arrastar a língua lentamente por todo o comprimento, desde seus testículos até a glande. Saboreei-o com gosto, cada centímetro, enquanto ele soltava um gemido gutural.
— Porra, Jungkook... — Arfou, a cabeça tombando para trás com um descontrole que só me instigava mais. Seus dedos se enterraram nos meus cabelos, num movimento automático, agarrando-os com força, como se precisasse de algo para se segurar naquele momento insano.
Minhas mãos firmaram-se em sua cintura, os dedos apertando a carne macia com força suficiente para deixá-lo preso ali, à minha mercê. E, então, minha boca abriu-se, ávida, para recebê-lo.
Movi-me devagar no início, os lábios deslizando ao redor da cabeça com uma destreza cruel, enquanto minha língua dançava por pontos estratégicos que o faziam estremecer e perder qualquer traço de controle.
Os sons que escapavam dele enchiam o banheiro – gemidos baixos e roucos que ecoavam deliciosamente, misturando-se ao suave ondular da água na banheira.
Vez ou outra, deixava que minha mão envolvesse seu comprimento, firmando o toque, ou usava o rosto para provocá-lo, batendo-o na minha face com uma perversidade que arrancava risadas e gemidos confusos do loiro.
— Hmm... Jeon... não faz assim comigo... desse jeito eu fico louco por você, porra... — Ele murmurou entredentes, ofegante, enquanto seus quadris empurravam contra o meu rosto, tentando buscar mais do que eu estava disposto a dar.
Os olhos azuis reviraram-se sob as pálpebras cerradas, uma visão de puro erotismo que parecia incendiar meus sentidos.
— Você ama isso, né, meu amor? — Provoquei, olhando para ele enquanto passava a língua devagar pela fenda, lambendo-a como se saboreasse o doce mais raro.
Ele mordeu o próprio lábio com força, os dentes marcando a carne macia enquanto balançava a cabeça em afirmação com um exagero quase encenado, os fios loiros e úmidos se agitando em um gesto que, contra toda lógica, parecia adoravelmente contraditório para a situação.
Como ele consegue ser fofo numa circunstância como essa? Eu me perguntava, incrédulo.
No entanto, não havia nada de adorável na forma como ele se entregava, segurando meus cabelos e empurrando o pau contra meu rosto. Aquela cena, na verdade, era tão erótica que era digna de um filme pornográfico.
Amo a dualidade desse garoto.
Quando voltei a mamá-lo, mais fundo e com mais intensidade, Jimin curvou-se para trás, pressionando a pelve para frente, enfiando-se fundo na minha boca como se sua própria sanidade dependesse disso.
Relaxei a mandíbula e a garganta e deixei que ele tomasse o controle por um instante, minhas mãos segurando firme em seus quadris enquanto ele puxava minhas madeixas e ditava o ritmo frenético de seus movimentos.
Minha mão livre subiu por seu abdômen, delineando os músculos úmidos até alcançar os piercings que decoravam seus mamilos. Meus dedos brincaram ali, beliscando levemente, arrancando dele um gemido alto, quase desesperado, que fez meu corpo inteiro arrepiar.
— Caralho... — Ele exalou, a voz falhando no meio da palavra enquanto seus quadris e mãos – cravadas no meu couro cabeludo – aceleravam-se com um instinto quase animalesco. Seus movimentos desenfreados me fizeram engasgar, mas, em vez de recuar, intensifiquei.
Aumentei o ritmo, sugando-o com mais força, a língua provocando de formas que faziam seu corpo inteiro tremer. Sua respiração tornou-se errática, cada gemido mais rouco que o anterior. As coxas rígidas e trêmulas denunciaram o esforço que ele fazia para se segurar, lutando para não se entregar por completo tão rápido.
Percebendo que ele estava à beira do ápice, desacelerei abruptamente, libertando-o da minha boca com uma sucção molhada que rompeu com um estalo. O som foi imediatamente seguido por um gemido frustrado, quase um rosnado, que me arrancou um sorriso satisfeito.
— Ainda não, Park. — Murmurei e ergui os olhos para ele, capturando seu olhar turvo de desejo, que brilhava como um farol de pura luxúria.
Ele me encarou, respirando com dificuldade pela boca. Mesmo exausto, não perdeu a provocação que sempre o acompanhava, um sorriso desafiador curvando o canto da boca.
— Você ainda vai me matar, seu puto... — Ele conseguiu dizer, a voz rouca, quase um sussurro, mas cheia de excitação crua.
— Eu vou te matar na rolada hoje se continuarmos nesse ritmo. — Eu lancei o comentário sem qualquer filtro, vendo-o rir com malícia e diversão, achando graça da minha fala.
— Eu pago pra ver, senhor Jeon. — Park respondeu, arqueando uma sobrancelha em desafio, o rosto se iluminando num sorriso que era pura sacanagem.
Filho da puta... ele é tão desgraçadamente gostoso e atrevido...
Saí da água com calma, girando-o de costas para mim, aproveitando a chance de admirar o corpo dele como se fosse a primeira vez que eu o visse. Cada linha parecia ter sido desenhada para me testar. A luz suave do banheiro tornava sua pele úmida ainda mais atraente, cada gota escorrendo como se fosse feita para ser acompanhada pelos meus olhos.
Minhas mãos não resistiram e começaram a explorar, deslizando com firmeza pela pele quente, passeando por cada tatuagem. As fases da lua alinhadas em sua coluna pareciam brilhar, mas foi a provocação descarada marcada no seu glúteo que me fez parar.
Bon appétit. Eu amava tanto aquela frase, acompanhada do desenho em chamas. Era puro Jimin: atrevido, instigante, completamente impossível de resistir. Um sorriso malandro surgiu nos meus lábios enquanto eu me abaixava, deixando uma mordida e um beijo demorado e preguiçoso na tattoo, sentindo sua pele arrepiar sob o toque.
— Você realmente sabe como deixar alguém faminto, Park. — Murmurei contra a maciez de seu glúteo, a minha voz carregada de um desejo que ele conhecia bem.
Ele soltou um arquejo abafado, quase um gemido, e foi tudo o que precisei para puxá-lo de volta comigo para a água. Não havia mais escapatória. A tensão entre nós era palpável, sufocante, como se cada olhar e cada toque prometessem algo maior do que estávamos prontos para enfrentar. Mas parar nunca foi uma opção.
Posicionei-o em meu colo, encaixando-o perfeitamente contra mim. Suas costas tocaram meu peito, sua cabeça repousou em meu ombro, e meus braços envolveram sua cintura em um abraço apertado, eliminando qualquer dúvida de quem estava no controle. Ele riu baixinho, e a vibração de sua risada percorreu meu corpo como uma corrente elétrica.
Park se aconchegou ainda mais, esfregando o rosto delicado no meu pescoço enquanto inalava minha pele de maneira sutil. O gesto fez meu coração acelerar, batendo com força contra seu dorso, como se estivéssemos em perfeita sintonia. A intensidade daquela conexão era avassaladora.
— Jimin... eu quero ficar assim com você para sempre. — Confessei em um sussurro, completamente apaixonado por aquele homem.
Ele afastou o rosto para me encarar com um sorriso de canto, e aproveitei a oportunidade para roçar meus lábios nos seus. Distribuí selares suaves, descendo minha atenção para explorar cada detalhe de seu corpo. Era evidente o quanto ele apreciava minha dedicação: sua pele arrepiada, os mamilos enrijecidos e o falo pulsando sob a água denunciavam sua entrega.
Minha boca encontrou o caminho até seu pescoço, onde depositei beijos demorados, mordidas leves e carícias quentes, arrancando arrepios que se espalhavam por todo o seu corpo. Ao alcançar sua orelha, puxei-a suavemente com os dentes, deixando minha voz rouca invadir seu ouvido:
— Você é uma perdição, Jimin... Estou completamente maluco por você.
— Eu tô ainda mais, Jeon... Você nem imagina o tanto. — Ele respondeu em um sussurro, sua voz suave roubando-me um sorriso largo e sincero.
Minhas mãos desceram pela sua pele molhada, explorando cada pedaço dele como se aquele fosse nosso último encontro na terra e uma delas subiu até tocar seus lábios lindos, massageando-os delicadamente.
— Chupa meus dedos, meu amor. — Comandei e senti quando sua boca se abriu para receber as falanges. Pressionei o dedo médio e o anelar sobre sua língua e empurrei para o interior úmido e quentinho, sentindo-o sugar e lamber lentamente.
Quando me certifiquei de que meus dedos estavam perfeitamente lubrificados por sua saliva levei-os para baixo, sabendo exatamente onde chegar: à sua entrada.
Ao tatear o botão pulsante e quente, senti o corpo do loiro estremecer instantaneamente sobre mim, como se ele já soubesse o que viria. Pressionei a ponta de um dedo ali, só para provocá-lo, e ele se remexeu no meu colo, um suspiro escapando de si.
— Relaxa, baby... — Sussurrei, a voz carregada de luxúria, enquanto demarcava as bordas do cuzinho com meus dedos, acariciando a região com dedicação. — Quero sentir cada parte sua.
Com paciência, pressionei o dedo médio até que ele cedesse, abrindo espaço para que eu entrasse lentamente. A pressão e o calor ao redor da falange fez minha respiração pesar, e por um momento precisei fechar os olhos, me controlando para não perder o ritmo.
A sensação era absurda, quase embriagante, mas mantive o movimento cuidadoso, explorando-o com maestria, arrancando gemidos baixos e manhosos que reverberavam no espaço, cada som mais provocante que o anterior.
Quando percebi que ele relaxava contra meu toque, avancei um pouco mais, deixando meus movimentos se tornarem mais decididos. Com cuidado, deslizei o segundo dedo para dentro, sentindo a resistência inicial se dissolver em um calor envolvente que me deixou febril.
O grunhido rouco e arrastado que escapou de seus lábios soou como uma provocação obscena, reverberando direto para o meu centro. Meu corpo reagiu de imediato, e me contorci sob ele, sentindo meu membro pulsar dolorosamente contra suas costas. A tensão era insuportável, e cada segundo parecia um teste cruel para o meu autocontrole.
Park, no entanto, não ajudava. Seu corpo, tão traiçoeiro quanto tentador, respondia ao meu toque com uma submissão quase provocativa, como se ele soubesse bem o que causava em mim com sua mera existência.
Suas reações eram involuntárias, mas hipnotizantes: o modo como ele relaxava e se moldava aos meus dedos, gemendo baixo e se arqueando para buscar mais contato, mais intensidade, me fazia perder o pouco de sanidade que ainda me restava.
Agora, com dois dedos completamente dentro dele, o ritmo acelerou, o deslizar era firme e profundo, atingindo aquele ponto específico que o arrancava do eixo e o fazia tremer por inteiro. A cada investida, a pulsação apertada ao redor de mim me instigava a ir mais longe, a testar os limites dessa entrega que parecia não ter fim.
Eu sabia que ele estava completamente excitado, porque os sons que escapavam de sua boca estavam se tornando mais altos, mais cravados de desespero e prazer bruto. Era como se cada gemido rasgado carregasse um pedido silencioso por mais, uma súplica sem palavras.
Suas mãos agarravam meus braços com uma força quase desesperada, os dedos apertando com tudo minha pele, como se ele estivesse tentando se ancorar em mim enquanto era arrastado pelo turbilhão de sensações que eu provocava.
A diferença gritante entre sua resistência inicial e o modo como ele agia agora só alimentava mais meu desejo e ego. Estava à beira de perder o controle, mas fazia questão de prolongar cada momento, me deliciando com a forma como ele reagia a cada toque, cada movimento, cada segundo.
Com ousadia, comecei a alargar sua entrada, esticando a passagem com movimentos de tesoura, cada ação meticulosamente calculada para prepará-lo para mim. Mas, ao invés de um gemido ou um suspiro rendido, o que ouvi foi um protesto inesperado:
— Ngh... T-tá... tá entrando água, Goo... — Ele resmungou, a voz carregada de frustração e manha, como se esse fosse o maior dos problemas no meio de tudo aquilo.
Eu ri, não consegui evitar. Ele era adorável até na reclamação.
— Acha que a água é um problema? — Provoquei, mordendo seu pescoço e deslizando a língua ali. — Espera só pra ver o que vai entrar em você daqui a pouco.
Ele gemeu baixinho, a voz falhando enquanto o corpo dele praticamente implorava por mais. Mesmo assim, sua impaciência logo ficou evidente. Ele começou a se mover no meu colo, os quadris buscando mais contato, tentando controlar o ritmo, mas eu o segurei firme.
— Calma aí, príncipe. — Sussurrei, retirando meus dedos de seu interior e puxando-o para fora do meu colo, o sorriso malicioso nunca deixando meus lábios. — Ainda temos muito tempo pra brincar.
Coloquei-o de quatro sobre a borda da banheira, e mordi os lábios com a imagem que tive, os olhos penetrantes dele me encarando de um jeito suplicante por cima do ombro e a posição que o deixava incrivelmente sexy, os glúteos arredondados balançando provocativamente na minha direção e o cuzinho rosado se contraindo de forma ritmada, como se implorasse pela minha atenção.
— Porra... Você é tão gostoso, Ji... Vou ser obrigado a te deixar sem andar hoje. — Murmurei, com um sorriso perverso, enquanto minha mão descia com um tapa indecente na bunda empinada. O som seco do impacto ecoou, e a pele ali se avermelhou deliciosamente, provocando nele um gritinho absolutamente sexual.
Sem hesitar, inclinei-me em sua direção, afastando com firmeza seus glúteos fartos, enquanto minha respiração quente encontrava sua entrada que pulsava, quase sôfrega, por um pouco de carinho. Com a língua já exposta, deslizei-a pela pele sensível, iniciando o que prometia ser um tormento deliciosamente perverso.
O movimento arrancou de Park um gemido intenso, seu corpo se contorcendo sob o toque enquanto ele agarrava as bordas da banheira numa tentativa inútil de manter o controle. Mas eu sabia que estava levando-o à beira da loucura, e era exatamente isso que eu queria.
Com calma e precisão, comecei a explorá-lo, saboreando cada reação. O gosto dele era surpreendentemente doce, algo verdadeiramente delicioso – uma nota de chiclete que me fez pensar que ele usava algum creme ou loção saborizada. Era uma combinação provocativa, que tornava impossível não querer mais.
Meus movimentos eram lentos e firmes, alternando entre lambidas profundas e beijos quentes, enquanto minhas mãos seguravam firme em seus quadris para mantê-lo no lugar.
— Porra... Jungkook... — Ele gemeu, sua voz rouca e carregada de desejo.
Eu me dedicava a cada movimento, atento ao jeito que ele reagia. Seu corpo se inclinava ainda mais, empinando para mim como se estivesse implorando por mais, e eu não ia negar. Minha boca trabalhava sem pausa, lambendo, sugando, chupando, cuspindo, beijando e afundando a língua direto no cuzinho apertado, que permanecia ávido enquanto eu o explorava sem pressa, mas com a intensidade que ele merecia.
Meus dedos voltaram a penetrá-lo, mas, dessa vez, não havia espaço para cuidado e "amorzinho". Invadi ele de um jeito cruel e movi as falanges com a pressão ideal, torcendo-as e tremendo deliberadamente contra sua próstata, arrancando dele reações que faziam meu próprio corpo arder. A intenção era clara: levá-lo à beira do insuportável e deixá-lo implorando por mais.
— Ohhh... Jeon! Que delícia... seu filho da puta... — O loiro vocalizou, sem forças, empurrando o rabo enorme contra minha mão para receber mais de mim.
Sorri com a visão à minha frente, como se tudo ali tivesse sido meticulosamente desenhado para me enlouquecer. Inclinei-me, aproximando meus lábios da banda mais marcada pelas minhas palmadas. Selava-a como quem carimba uma obra-prima, antes de morder a carne com cuidado, sentindo o calor que emanava da pele avermelhada.
Logo, desci ao encontro do ânus que engolia meus dedos com avidez, cada movimento um convite para mais. Beijei as bordas sutilmente, e deixei um filete de saliva escorrer, misturando-se ao restante da lubrificação que eu havia deixado ali. A cena, crua e cheia de desejo, fazia meu coração bater descompassado.
Minha língua desceu mais abaixo, traçando um caminho lento e explorador até o períneo – aquela região que quase todos ignoram, mas que, quando tocada do jeito certo, pode ser a chave para o paraíso. Alternava entre lambidas longas, quase provocativas, e chupões intensos que faziam suas pernas tremerem. Ele era tão receptivo que cada gemido, cada contração, me deixava mais obcecado.
— Você vai ter que implorar hoje, Jimin. — Murmurei contra sua pele, a voz rouca como uma promessa. Soprei o ar quente ali, e o arrepio que percorreu sua espinha fez meu sorriso crescer. — Vai ter que chorar para ter meu pau.
Ele ofegou, a voz falhando em meio aos gemidos, mas ainda assim encontrou forças para revidar:
— Hmmpf! E-eu não vou... não vou implorar... A-ahh... você que vai...
A ousadia dele era quase tão deliciosa quanto o som que escapava de sua garganta quando acelerei meus movimentos, apenas para castigá-lo. Era como se eu pudesse moldá-lo ao meu gosto, arrancando cada reação que eu quisesse.
Minha mão livre subiu lentamente pela coxa molhada, explorando a textura da pele firme antes de apertar a carne da sua nádega, afastando-a para admirar melhor o espetáculo diante de mim.
Eu estava completamente encantado, perdido em cada pequeno detalhe. As pintinhas espalhadas pela pele clara, como se a natureza tivesse decorado Jimin para mim. Os ombros largos que sustentavam o peso daqueles braços fortes, a cintura fina, feita para minhas mãos grandes, a bunda volumosa que eu adorava marcar... Tudo nele gritava perfeição, e eu sabia que queria gravar meu nome em cada pedaço dele.
Um dia, talvez, ele carregasse uma tatuagem que me representasse. Um símbolo pequeno, mas eterno, marcando o que já era meu. Mas hoje, minha marca seria diferente: eu me imprimia nele com toques, beijos e mordidas, gravando esta noite na sua memória para sempre.
Eu sorri. Ele não sabia, mas já estava decidido. Ele seria meu.
Dei-me um instante para fechar os olhos e absorver a cena, gravando em minha própria memória cada detalhe daquele corpo que, mesmo tão entregue, ainda ousava me desafiar.
O calor úmido do banheiro parecia carregar uma energia quase densa, como se o ar ao nosso redor conspirasse para incendiar cada centímetro do meu corpo. Cada respiração que eu puxava vinha impregnada de desejo, um gosto denso e viciante que me deixava tonto. Eu estava em chamas, um fogo que só ele conseguia alimentar.
Meu olhar voltou para o corpo impecável do loiro, mas o que encontrei foi ainda mais arrebatador: dois olhos famintos, cravados em mim como se exigissem tudo o que eu tinha a oferecer. Jimin me observava por cima do ombro, a expressão depravada estampada em cada traço de sua face.
Era o suficiente para demolir qualquer resquício de autocontrole que eu ainda fingia possuir. Eu estava rendido mais uma vez àquele garoto que sabia exatamente como me levar à insanidade.
Cada detalhe parecia conspirar contra mim: os olhos brilhantes de excitação, os lábios grossos e entreabertos, os sons esparsos que escapavam de sua boca enquanto ele rebolava com vontade nos meus dedos. A pele avermelhada, o suor cintilando sob a luz suave do banheiro – tudo nele parecia uma armadilha criada para me capturar, e eu aceitava minha derrota com prazer.
Era a mistura de necessidade e provocação no olhar dele que me quebrava. Ele não estava apenas querendo; ele estava implorando, e eu sabia. Sabia porque podia sentir o aperto crescente em torno dos meus dedos, o jeito como ele se movia com desespero, os pequenos espasmos e gemidos que traíam sua urgência. Eu tinha o controle, e era intoxicante demais para abrir mão.
Meu pau pulsava com tanta força que parecia um coração batendo entre minhas pernas, cada segundo de tensão me consumindo de dentro para fora. Mas, naquele momento, a dor era insignificante perto do prazer de vê-lo ceder, de tê-lo assim, vulnerável, esperando por mim como se o resto do mundo não existisse.
Minha respiração estava pesada, quase selvagem, enquanto eu tentava manter as rédeas da situação. Mas quando ele finalmente abriu a boca para me provocar, o som da voz manhosa e cheia de malícia foi como uma faca atravessando minha sanidade.
— Ohhh, Jeon... Se tá tão louco pra me foder assim... Hmmpf... Por que só não mete em mim de uma vez, hm? Tá com medo de me machucar? — A voz dele soou entrecortada por gemidos, os olhos semicerrados em pura luxúria. E como se não bastasse, Jimin teve a audácia de rir com malícia e morder o lábio inferior enquanto me encarava, desafiador.
Aquilo foi o meu limite. Eu não era mais forte que aquilo, nunca seria.
E enquanto ele continuava me encarando, ciente de que tinha me quebrado, eu só conseguia pensar uma coisa: eu estava perdido.
Perdido para ele. Perdido nele. Para sempre. E, sinceramente, não havia lugar melhor para estar.