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03 - Primeiro grande teste

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Estou parada diante da porta do quarto de Arturo há pelo menos dez minutos, e cada segundo que passa parece pesar mais do que o anterior

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Estou parada diante da porta do quarto de Arturo há pelo menos dez minutos, e cada segundo que passa parece pesar mais do que o anterior. A pulseira fina do meu relógio desliza no meu pulso enquanto verifico a hora novamente: faltam trinta e cinco minutos para o evento de um dos patrocinadores da Scuderia começar. O tempo está correndo, e eu, parada aqui, me sinto como um relógio quebrado, incapaz de avançar.

Bato novamente na porta, agora mais forte, os nós dos dedos já começando a doer de tanto repetir o movimento.

— Arturo, abre a porta! — Minha voz sai firme, quase uma ordem, mas não há resposta do outro lado.

Nada. Nenhum som, nenhum movimento, como se o quarto estivesse vazio. Uma parte de mim começa a cogitar que ele pode realmente não estar ali, mas descarto a ideia rapidamente. Não. Ele está aí dentro, eu sei. Posso sentir.

Pego o celular pela quarta vez, as mãos escorregadias de suor, e disco o número dele. O som insistente dos toques reverbera nos meus ouvidos, cada um mais irritante que o anterior, como se zombassem da minha situação. Quando a ligação finalmente vai para a caixa postal novamente, minha paciência quase chega ao limite. Respiro fundo, prendendo o ar nos pulmões por alguns segundos antes de soltar lentamente, tentando, de alguma forma, manter o controle sobre o pânico crescente que ameaça me dominar.

— Arturo, por favor, vamos nos atrasar. — Minha voz agora é baixa, quase um sussurro, como se implorar fosse a única alternativa restante. É o desespero falando, uma mistura de medo e frustração que eu mal consigo esconder. Esse é o meu primeiro grande teste, a oportunidade de provar meu valor, e ele decide simplesmente desaparecer?

O silêncio que se segue é ensurdecedor, e sinto uma pontada de frustração se misturar ao medo. Tento ignorar a pressão crescente na base do meu crânio, aquela familiar sensação de que estou prestes a explodir. Mas não posso. Não agora. Não aqui. Tenho que ser profissional, me lembrar de por que estou aqui. Mas a cada segundo que passa, essa linha de raciocínio parece mais difícil de sustentar.

— Problemas?

A voz masculina, firme mas descontraída, me faz girar na direção dela, interrompendo meus pensamentos caóticos. Riccardo está parado a poucos passos de distância, irradiando uma confiança que parece inata. O terno escuro que ele veste é elegante, mas, de algum modo, ele consegue fazê-lo parecer casual, como se roupas formais fossem apenas outra extensão de seu estilo natural. Ao lado dele, uma mulher segura-se levemente em seu braço. Ela é deslumbrante, com o tipo de elegância que parece sair direto de um filme clássico de Hollywood. O vestido preto que veste é de um corte tão perfeito que parece feito sob medida para ela. Seu sorriso é caloroso, genuíno, mas não desprovido de um toque de charme que imediatamente me faz sentir um pouco deslocada.

— Não exatamente. — Forço um sorriso e tento parecer calma, mas não consigo esconder completamente meu nervosismo. — É só o Arturo me ignorando. De novo.

Sete passos para se livrar de uma assistenteOnde histórias criam vida. Descubra agora