Ele é provoca??o. Ela desafio.
Arturo Giordano, um piloto determinado e orgulhoso, acredita que consegue afastar qualquer assistente pessoal que atrapalhe seu caminho. Para isso, ele criou um manual para afastar suas assistentes pessoais, feito sob...
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O som abafado do elevador se fechando me puxa de volta ao momento, mas, por algum motivo, parece que estou assistindo tudo de fora, como se fosse uma cena de um filme. Ela está aqui, ao meu lado, com um vestido vermelho que parece pintado à mão, contornando cada curva de forma que parece quase indecente de tão perfeita. É impossível desviar o olhar. Não é só a cor chamativa ou o corte perfeito, mas o jeito que ela o usa, como se nem soubesse do impacto que causa.
Me recosto contra a parede do elevador, cruzo os braços e finjo uma indiferença que está longe de ser verdadeira, como se o coração não estivesse batendo rápido demais. É ridículo, para ser honesto. Eu, Arturo Giordano, agindo como um adolescente que nunca viu uma mulher bonita. Mas, em minha defesa, Kiara não é só bonita. Ela é... fascinante. É inteligente, tem uma língua afiada que me deixa sem resposta e aquele sorriso... Aquele sorriso me faz esquecer até meu nome. Kiara é uma armadilha e, ao mesmo tempo, a saída de emergência para todos os problemas do mundo.
— Tá tudo bem aí? — A voz dela interrompe meus pensamentos. Ela inclina levemente a cabeça, e seus olhos âmbar brilham sob a luz amarelada do elevador, como se fossem feitos de fogo líquido. Há algo no olhar dela, algo que não consigo decifrar, mas que me prende mais do que eu gostaria de admitir.
— Tudo. — Respondo, embora minha voz saia um pouco rouca demais. Limpo a garganta e tento parecer casual. — Só não sabia que você tinha um lado femme fatale escondido.
Ela ri. Um som leve e natural, mas carregado de provocação. E, droga, isso me atinge como um soco bem no estômago, arrancando o ar dos meus pulmões.
— Talvez eu tenha. — Ela diz, com um sorriso que parece mais perigoso do que deveria. — E, pelo jeito que você está me olhando, você parece preocupado com isso.
Minha boca se curva em um sorriso antes que eu consiga me conter. Um movimento automático, instintivo, mesmo quando minha cabeça está gritando para que eu segure a onda. Dou um passo à frente, fechando parte da distância entre nós, porque, por algum motivo, não consigo evitar.
— Quem disse que estou preocupado?
— Está escrito na sua cara. — Ela se vira levemente, apoiando a mão no corrimão do elevador. É um movimento sutil, quase inocente, mas o tecido do vestido se ajusta ao corpo dela de um jeito que faz meu cérebro entrar em curto-circuito.
Engulo em seco, sentindo o calor subir pelo meu pescoço. Não sei o que me deu. Tento recuperar o controle, mas algo no ambiente parece diferente. Talvez seja o silêncio que nos envolve, quebrado apenas pelo som mecânico do elevador subindo. Ou talvez seja o cheiro dela, algo suave, mas inebriante, que parece estar se infiltrando em cada canto da minha mente.
— Você sempre acha que tem todas as respostas, não é? — Pergunto, minha voz saindo mais baixa, quase um sussurro.
— E não tenho? — Ela levanta o queixo, me encarando com aquele sorriso desafiador que mexe com algo profundo dentro de mim.