- DYSMAS! – Eu estava tão atordoado com o que via que Romulus só teve tempo de me agarrar e puxar rapidamente para longe das pinças daquela coisa..
Não havia outro nome senão Centopeia do Diabo, porque era exatamente aquilo que parecia.
A fusão de uma cobra, uma lampreia e uma centopeia era, com toda a certeza, mais assustadora ao vivo do que em meus piores pesadelos. A maior quimera com a qual já havíamos nos deparado estava à minha frente: com dois metros de altura, meio metro de diâmetro e cinco de comprimento. Milhares de patinhas com formato de agulhas se estendiam por cerca de dois metros da extensão do anelídeo, enquanto os três metros restantes eram anéis encouraçados e pintados de num padrão de amarelo neon, vermelho carmesim e marrom, com vários espinhos e um chocalho na ponta, balançando freneticamente. A cara do animal era a pior coisa dentre tudo o que eu já presenciara.
Seis orbes de cor azul brilhante como escleras, com íris em formato de fenda, se projetavam na cabeça de uma naja com nada mais que um orifício de trinta centímetros logo abaixo das duas narinas. Quatro pinças se projetavam ao redor de sua boca que, quando fechada, era uma linha fina da largura de uma régua.
Mas quando se abriu, revelando a boca de lampreia salivante, sabíamos ser sua próxima refeição. Poderia facilmente devorar quatro corpos de uma vez. Eu já não sentia mais medo, eu sentia terror, profundo e dilacerante.
Os outros do grupo irromperam pelos corredores adjacentes.
- Jesus Cristo... – Sussurrou Frederico.
- Aposto que Ele jamais teria criado algo assim... - Disparou Pasha, o pânico surgindo em sua voz.
- CORRAM! AGORA! SAIAM DAQUI! – Romulus gritou, puxando-me de meu atordoamento antes que a centopeia desferisse outro ataque.
Corremos, desviando no último segundo da investida da quimera. Apesar de a criatura ser enorme, ela se movia com destreza sobrenatural. Como uma aranha caminhando por entre sua própria teia para alcançar suas vítimas.
Leonard agarrou a arma de minha cintura e pressionou o gatilho uma vez, acionando o mecanismo de ataque. Apertou o gatilho mais uma vez quando a centopeia estava na mira e a arma de choque disparou, descarregando uma corrente elétrica na criatura.
- TAPEM OS OUVIDOS! – Berrei, mas nem todos seguiram minha ordem.
A onda sônica que foi disparada segundos depois da descarga elétrica deixou um zumbido abafado nos ouvidos de Leonard, o deixando atordoado. A sorte fora que a centopeia estava tão grogue quanto ele e balançava o próprio corpo desengonçadamente. Niiyama puxou ele pelo braço, os ouvidos do garoto sangravam.
- Se separem! – Gritou Theodine, virando uma esquina junto de Pasha. – Como vamos fugir dessa coisa? Se a levarmos para fora será pior.
Eu esperava que Pasha tivesse alguma ideia, porque os únicos que sabiam montar estratégias de fuga estavam correndo como desgovernados junto do resto de nós. Pelo menos, estávamos em vantagem naquele terreno. A criatura teria de se esgueirar pelos corredores estreitos demais para seu corpo gigantesco, isso se conseguíssemos despistá-la e nos esconder.
- Armadilha. – Sugeriu o ruivo em voz baixa.
Theodine o encarou, ainda atenta aos barulhos ao redor.
- No que está pensando, cabeça de fósforo? – Ela perguntou.
- Em fazer bom uso do meu apelido. – Ele sorriu.
Eu e Maryam estávamos esgueirados em um quarto caindo aos pedaços, e o isolamento corta-fogo era visível em algumas paredes e no teto.
- Você está bem? Está ferido? – Ela perguntou, agilmente notando o corte extenso em meu antebraço.
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CITIZENS - Cidad?os do Caos
Science FictionPL?GIO ? CRIME! / COPYRIGHT TODOS OS DIREITOS RESERVADOS [Mundo em Colapso - Livro 1] Memórias apagadas. O caos instaurado. A ca?ada come?ou. Em uma Nova York devastada por guerras, quimeras geneticamente modificadas e experimentos secretos se torna...
