抖阴社区

Capítulo 19

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Ayla Miller

Ryan está colado em mim, como sempre. Grudento, provocador, impossível de ignorar — e, no momento, absolutamente insuportável.

— Então... — ele estala a língua e dá aquele sorrisinho de canto que me tira do sério — falou com seu namoradinho hoje?

Reviro os olhos com força, cruzando os braços.

— Só foi um beijo.

— Sei... — ele estreita os olhos como quem analisa uma mentira, até abrir um sorrisão zombeteiro — falou ou não falou?

Solto um suspiro derrotado.

— Falei.

— E por que essa cara de quem viu um fantasma?

Ele vai rir. Com certeza vai. Mas se eu não falar, ele vai ficar me cutucando até arrancar tudo de mim.

— Eu... meio que esqueci de colocar minha meia-calça hoje — murmuro, quase engolindo as palavras.

— E...? — ele me olha, confuso.

— E que eu sentei daquele jeito — digo, desviando o olhar. Ele sabe exatamente do que estou falando.

A boca dele se abre devagar, em choque. A mão sobe para cobrir o riso prestes a explodir nos seus olhos arregalados.

— E o que ele disse? — ele pergunta, mal contendo a gargalhada.

— Ele... sabe minha cor favorita. Pela minha calcinha — falo rápido, baixo, torcendo pra que ninguém mais tenha ouvido.

Dois segundos. É tudo o que leva até Ryan explodir em gargalhada, rindo tão alto que metade do refeitório vira o rosto na nossa direção. Até Isaac, de longe, ergue os olhos do livro e fixa em nós com aquela expressão impassível, mas levemente curiosa.

— Para de rir, seu idiota! — dou um tapa forte no ombro dele, mas ele apenas ri mais, vermelho, dobrando de tanto rir.

— Meu Deus... — ele limpa uma lágrima dos olhos, ainda rindo — que vergonha... eu tenho dó de você.

Meu rosto arde. Que ódio. Ele é um idiota completo. Nunca mais conto nada pra ele, nunca mais. Ryan sempre exagera, sempre entrega tudo, sempre me expõe.

O celular vibra na minha mão. Salvação. É meu irmão.

Deixo o loiro rindo feito uma hiena, e me afasto em passos rápidos, indo para fora do refeitório, atrás de uma parede silenciosa e com menos olhos me julgando.

— O que foi? — atendo, tentando parecer calma.

— Descobri algumas coisas. — a voz de Marcus soa mais séria que o normal. — Não é só o governo. Tem mais gente envolvida.

— Como assim?

— Ouvi o papai falando com a mamãe. Tem pessoas querendo vingança. Elas sabem que nós três somos o ponto fraco deles. Não sei o que eles fizeram no passado, mas quem vai pagar agora... somos nós.

Engulo em seco, mordendo o cantinho do lábio até doer. Isso é péssimo.

— Tem dois grupos. Um do governo. O outro... são assassinos. — ele faz uma pausa pesada. — A gente tá na merda até o pescoço.

— E agora?

— Agora, a gente finge normalidade. Descobre quem são. Sem chamar atenção. E você, escuta bem: se alguém estranho se aproximar de você, se parecer suspeito, me liga na hora. Eu te busco.

— Tá. — Tento manter a voz firme, mas minha mão treme.

— Não conta pra ninguém. Não sai sozinha. Eles estão se mexendo, e rápido.

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