抖阴社区

06.

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                            Correntes Invisíveis.

Visenya.

     Seu quarto pequeno era um cárcere sem janelas, uma cela sufocante que parecia tornar-se menor a cada segundo. A luz fraca da vela oscilava, projetando sombras que dançavam pelas paredes como espectros zombeteiros. Ela estava sentada no chão, com as pernas dobradas e o queixo apoiado nos joelhos, enquanto a sensação de impotência a envolvia como uma mortalha.

     As palavras de Aemond ecoavam em sua mente. Não há lugar no mundo onde você possa se esconder de mim. Sua voz era um açoite, uma promessa de domínio absoluto, e o peso de sua ameaça a deixava enjoada.

     Ela passou os dedos pela pele dos pulsos, a lembrança do aperto cruel dele ainda vívida. Não era apenas a dor física, mas o simbolismo daquele que a corroía. Ele acreditava que a possuía, que poderia moldá-la à sua vontade, como se ela fosse uma peça em seu jogo.

     Mas ela não era dele. Não seria.

     Visenya ergueu-se, caminhando pelo quarto, com passos lentos e inseguros. O vazio da noite a envolvia, e ela se pegou pensando no rosto de Maris, nas palavras cheias de desafio que a mulher lançara contra Aemond. Apesar de toda a força que Maris sempre demonstrava, Visenya sabia que até mesmo ela tinha limites. E Aemond era uma força avassaladora que nem Maris podia conter.

     Maris. A mulher que a criara como sua filha. A mulher que enfrentara monstros ao longo da vida para garantir que ninguém a tocasse ou a destruísse. Visenya lembrava-se das noites em que, ainda criança, se escondia atrás das saias de Maris enquanto ela expulsava homens que ousavam cruzar a linha. E agora, por causa dela, Maris estava diante de um perigo que não poderia vencer sozinha.

     Sua mente fervilhava. Fugir era a única solução, mas para onde?

     Ela sabia o quão difícil seria escapar de alguém como Aemond, um príncipe com recursos infinitos e uma determinação tão implacável quanto suas ameaças. No entanto, permanecer ali seria assinar sua sentença.

     Ela começou a organizar seus pensamentos, forçando-se a traçar um plano em meio ao caos interno. Primeiro, precisaria recolher o que tivesse de valor: moedas, roupas simples que não chamassem a atenção, qualquer coisa que pudesse ajudá-la a desaparecer.

     Lugares que Maris mencionara ao longo dos anos surgiam em sua mente: cidades além do mar estreito, lugares onde ninguém perguntava de onde você vinha. Tyrosh, Lys, Pentos. Cada nome parecia uma promessa distante de liberdade.

     Mas não seria simples. Nada em sua vida nunca havia sido simples.

     Seu passado era uma ferida aberta que nunca cicatrizara. Visenya lembrava-se das noites em que a fome roía seu estômago como uma lâmina afiada, quando passava horas revirando restos de comida nas ruas imundas da Baixada das Pulgas. Muitas vezes, precisara roubar pães e frutas de mercadores que não hesitavam em espancá-la ao encontrá-la. Seus gritos e lágrimas não eram diferentes dos de outras crianças da Baixada, todas lutando pela mesma migalha, pela mesma chance de sobreviver.

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