抖阴社区

22.

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O Retorno ao Abismo.

                                      Rhaenyra.

Sua menina havia completado dezessete anos recentemente.

Rhaenyra pensava nisso com uma frequência que a deixava doente. Dezessete anos desde que abandonara sua filha, desde o dia em que tomou a decisão que lhe corroera a alma desde então. Quinze anos desde que selara seu destino ao casar-se com Sor Laenor Velaryon, um homem que não tinha afeição por mulheres e que, apesar das aparências que precisavam manter, nunca a olhou como algo além de uma obrigação política.

Mas havia uma data que queimava ainda mais em sua memória: o dia do nome de sua filha.

A herdeira do trono nunca se esqueceu. Nunca poderia esquecer. O choro abafado de sua bebê recém-nascida, a sensação do corpo tão pequeno e quente em seus braços e a dor lancinante de tê-la arrancada de si antes mesmo de poder gravar cada detalhe de seu rostinho.

E, a cada ano, no aniversário de Visenya, ela chorava. Chorava em silêncio, escondida de todos – de seus filhos, de Laenor, de Daemon. Chorava por remorso, por desespero, por saber que sua menina estava crescendo longe dela.

Em todas aquelas noites solitárias, Rhaenyra se agarrava a uma esperança desesperada: que, em algum lugar, Visenya estivesse sendo cuidada e amada; que seus aniversários fossem celebrados, mesmo que em um novo lar, mesmo sem o verdadeiro significado de sua linhagem.

Na noite anterior ao seu primeiro casamento, ela tremia – não de excitação, mas de puro pavor. Ela sabia da natureza de Laenor, sabia que ele jamais seria um marido no seu sentido completo da palavra. O casamento não seria consumado, e a linhagem não seria continuada da forma esperada devido a isso. Havia uma distância entre eles desde o momento em que seus votos foram trocados, uma aceitação silenciosa de que ambos viveriam como estranhos sob o mesmo teto.

E então, veio Sor Harwin Strong.

O cavaleiro da casa Strong, com sua força inegável e olhares cheios de desejo, ofereceu a ela o que Laenor nunca poderia. Não foi um romance arrebatador, mas uma aliança silenciosa, um acordo tácito de conforto e sobrevivência. Ela precisava de herdeiros, e Harwin deu a ela Jacaerys, Lucerys e Joffrey – três meninos que carregavam o sangue Targaryen, ainda que suas feições traíssem a verdade que todos sussurravam pelas costas de Rhaenyra.

Mas nenhuma dessas escolhas – nenhuma criança que ela teve, nenhum homem que tomou para si – jamais preencheu o vazio que sua primeira filha deixara.

O reencontro com Daemon no velório de Laena Velaryon foi como reabrir uma ferida mal cicatrizada. O pesar nos olhos dele, o pesar nos olhos dela, entrelaçaram-se até que a dor transbordou em algo feroz e impetuoso. Casaram-se em Pedra do Dragão poucos dias depois, como se aquilo pudesse apagar os anos de separação e silêncio. Daemon lhe deu mais dois filhos – Aegon e Viserys – e, ao longo dos anos, a herdeira do trono de ferro viu-se cada vez mais incapaz de esconder dele a verdade sobre a filha que tiveram juntos.

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