抖阴社区

29.

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                            Símbolo da Realeza.

                                       Visenya.

O som infantil das risadas preenchia o berçário como uma melodia suave, interrompida de tempos em tempos pelos estalidos apressados de passos pequenos e pela queda inevitável de brinquedos de madeira no chão de pedra. A luz do fim da manhã atravessava os vitrais coloridos, tingindo o ambiente de tons róseos e dourados. Era um espaço cálido e acolhedor – ainda que, para ela, o mundo ao redor parecesse sempre ameaçador e incerto.

Ela estava sentada sobre uma almofada, com os joelhos juntos e os braços apoiados neles, observando em silêncio os quatro pequenos que corriam entre os tapetes: Jaehaerys, Jaehaera, Aegon, o jovem, e o pequeno Joffrey. A visão das crianças brincando, tão alheias às intrigas e aos horrores do mundo adulto, trazia a ela uma estranha paz... e uma pontada de saudade da infância que nunca teve.

Ao seu lado, Helaena bordava algo em um bastidor de linho, mas sua atenção estava tão dispersa quanto a linha solta entre seus dedos. Seus olhos estavam presos nas crianças, com um sorriso melancólico nos lábios.

— Eles se dão bem, não é? — murmurou a princesa, com a voz suave como uma brisa entre as folhas. — Apesar de tudo que está em torno deles, talvez melhor do que qualquer um de nós jamais conseguiu.

Visenya assentiu, com um sorriso leve tocando seus lábios.

— Acho que as crianças ainda enxergam o mundo com menos divisões, menos nomes e menos disputas. Elas só veem outros pequenos com quem correr e rir.

Helaena abaixou o bastidor e virou-se para encará-la.

— Visenya... — começou, hesitante, com os dedos crispando o tecido. — Eu preciso lhe pedir perdão.

Ela olhou para a cunhada de lado, confusa.

— Pelo quê?

— Por ter guardado o segredo de quem você era. Por saber que você era filha de Daemon e Rhaenyra e nunca ter lhe contado. — A princesa abaixou os olhos, como se tivesse medo de encontrar julgamento nos de Visenya. — Eu sabia, mas me calei. Por medo... ou covardia, talvez.

Por um momento, o silêncio caiu entre elas, como uma bruma fina.

— Está tudo bem, Helaena — respondeu ela, depois de respirar fundo. — Já passou. A verdade veio, e eu sobrevivi a ela. Estou... tentando entender quem sou agora.

A segunda filha do rei ergueu os olhos, aliviada, mas ainda carregando aquele brilho etéreo que tantas vezes a fazia parecer mais espectro do que mulher.

— Eu sempre sonhei com você — disse ela. — Antes mesmo de sabermos quem você era. Sonhos estranhos... fragmentados. Às vezes com sangue. Às vezes com fogo. Mas você estava sempre lá — ela sorriu com doçura, quase enigmática. — Só que os sonhos nunca me mostraram de quem você era filha, apenas que estava destinada à grandeza.

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