抖阴社区

11.

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      O Dia em Que Tudo Ficou em Seu Devido Lugar.

Helaena.

Em um campo devastado, cinzas dançavam no ar, carregadas por um vento que sussurrava segredos que apenas os mortos deveriam ouvir. O chão rachado sob seus pés era negro e ressecado, como se tivesse sido queimado até não restar nada além de feridas. No horizonte enevoado, Helaena o viu pela primeira vez.

Um dragão prateado.

Ele era pequeno, quase frágil, como um filhote recém-nascido, mas havia algo nele, que a arrepiava até os ossos. Suas escamas, embora brilhantes, estavam cobertas de marcas como cicatrizes antigas. Seus olhos dourados eram profundos, como se contivessem o peso de um mundo inteiro de sofrimento e fúria reprimida.

A princesa se aproximou, sentindo o ar mudar ao seu redor. O vento ficou pesado, carregado de tristeza. O pequeno dragão recuou, soltando um som baixo, mais de medo do que de raiva.

— Eu não vou machucá-lo...

Sua voz saiu como um sussurro, mas, mesmo assim, ele deu um passo para trás, hesitante. As cinzas subiram ao seu redor, formando redemoinhos que a cegaram momentaneamente. Quando conseguiu enxergar de novo, o dragão havia desaparecido, mas a sensação de sua presença ficou gravada em sua mente.

E os sonhos continuaram.

Na segunda vez, o dragão não era mais tão pequeno.

Ele estava diante de um rio espelhado, onde a luz da lua refletia suas escamas prateadas. Ele era maior agora, com suas asas começando a se estender como véus rasgados. As cicatrizes ainda estavam lá, mas havia algo mais: uma força latente que parecia prestes a explodir.

Helaena o observou de longe, temendo assustá-lo. No entanto, quando ele levantou a cabeça, seus olhos se encontraram. Ela sentiu um arrepio percorrer seu corpo, um misto de medo e fascínio.

— Você está sozinho...

Ela não sabia de onde as palavras vinham, mas tinham saído de seus lábios. O dragão não respondeu, mas deu um passo na direção dela. A segunda filha do rei sentiu que ele queria se aproximar, mas algo o impedia. Alguma força invisível o mantinha preso ao solo, como correntes invisíveis.

De repente, o reflexo do rio começou a mudar. As águas espelhadas mostraram imagens fragmentadas: um berço vazio cercado por chamas, correntes douradas rompendo-se em meio ao som de rugidos e um homem de um só olho aproximando-se com uma lâmina nas mãos.

Na terceira vez, ele era ainda maior.

Helaena sonhou com um campo de batalha. O céu estava coberto por nuvens negras, e trovões rugiam ao longe. O dragão prateado voava acima dela, suas asas agora imensas, embora ainda estivessem rasgadas nas extremidades. Ele parecia furioso, soltando rajadas de fogo que consumiam o vazio ao seu redor.

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