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O VENDEDOR

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A tempestade derrubou uma árvore, a árvore que salvou nossas vidas.

A velha sádica era sufocada em sua própria casa usada para sequestrar e assassinar viajantes perdidos. Ava se pendurou na corda que seria usada para sua execução e firmou suas coxas na cabeça da grande mulher quando o estrondoso barulho da árvore destruiu o telhado da casa a deu 1 segundo de distração.

A face dela começava a ficar roxa. Ela não teria piedade, a enforcaria até que seu ar se esgotasse.

– Não precisa fazer isso Ava, deixe ela aqui e vamos embora.

– Não até eu terminar o que ela começou! – Ava, pendurada na corda com as pernas apertando o pescoço da assassina, impedia a passagem de ar dela. – Ela iria me matar! Iria me enforcar e eu farei o mesmo com essa sádica!

Não somos assim! – gritei.

– Você não sabe quem eu sou!

Não, mas sei quem você pode ser! – Um momento se passou até que ela libertou a velha, que caiu como um saco de batata no chão, tossindo descontroladamente enquanto Ava me libertava das correntes com uma chave que encontrou em um bolso nos trapos que a gorda senhora usava para se vestir.

– Vamos sair daqui – disse minha companheira em um momento em que eu estava desesperado para partir daquele lugar onde nunca deveria ter entrado.

Abrimos o alçapão que dava diretamente ao lado de fora da casa. O vento soprava tão forte que quase não conseguimos sair, competindo contra um forte redemoinho para abrir a portinhola. Recebendo a enxurrada no rosto, saímos para o lado de fora e fechamos o alçapão enquanto procurávamos identificar o que salvou Ava de sua execução.

A árvore que caiu com a força da tempestade partiu ao meio o telhado da casa de madeira, mostrando que nunca mais ela poderia voltar a fazer o que fazia de melhor. No entanto, nossas coisas que recebemos de Adewale e seu grupo continuavam lá dentro. Sem elas não conseguiríamos sobreviver por muito tempo naquela interminável floresta.

– Vou ver se consigo recuperar algumas de nossas coisas – disse ela, se virando e correndo até os destroços do lar da velha psicopata.

Trovões tremiam o chão e raios iluminavam o céu naquela tempestuosa noite. Eu não sabia que horas eram, mas chutei que já não faltava muito para amanhecer, pois alguns sinais de luminosidade começavam a aparecer no horizonte atrás das nuvens carregadas que desabavam em cima da gente.

Momentos depois Ava voltou com uma bolsa de alimento, sua zarabatana e uma lâmina com acoplamento para o punho.

– Você não viu meu revólver?

– Não. Temos que ir!

Corremos por entre as árvores no final da madrugada chuvosa enquanto minha perna de metal enroscava nas folhas molhadas, o que dificultava mais ainda a corrida. Eu teria que me acostumar com a estranha lâmina, pois seria a única arma que usaria nos próximos muitos dias que ficaríamos na floresta. As gotas batiam no nosso rosto e os raios eram nossa única fonte de luz, aparecendo a cada meio minuto que corríamos naquela escuridão.

Em três momentos eu me perdi de Ava, e o que me ajudava a reencontrá-la eram os relampados, os quais surgiam no céu em diversos momentos, sendo a nossa única fonte de luz do momento.

Senti um arrepio ao pressentir algo me observando. Parei por um segundo e olhei ao meu redor: um zumbi me encarava estático, parecendo estar esperando o momento certo para atacar. Ignorei-o e corri mais depressa, sentindo que logo o terror passaria.

AS ?GUAS VERMELHASOnde histórias criam vida. Descubra agora