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A QUEDA

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Acordei um pouco atordoado, mas ansioso e pronto para o dia que estava por vir. O dia em que finalmente tudo se resolveria.

Ava e eu trocamos olhares apaixonados enquanto caminhávamos para o café da manhã. Tivemos uma noite maravilhosa, mas sabia que aqueles momentos não durariam muito, pois logo precisaria falar com Robert e depois com os líderes sobre o plano de invasão.

– Olha só quem está aí – exclamou Gus ao se aproximar da mesa em que tomávamos o nosso café. – Posso me juntar ao casal?

– Claro – respondeu Ava.

Tentei entender como era possível uma pessoa estar de bom humor na ressaca, principalmente se tratando do meu "treinador". Ele sentou-se sorridente em um dos bancos vazios. Por um momento achei que ele estava drogado, mas não podia ser isto. Gus podia ser um bêbado, mas ele nunca usaria drogas.

– Ei, adivinha quem conseguiu subir a altura correspondente a cinco andares com apenas uma corda?

– Você está brincando, não é? – perguntou Gus, surpreso.

– Não, ele não está – confirmou ela.

– Bom... pois então meus parabéns. Pra ser sincero, nunca pensei que fosse conseguir fazer tal proeza com esses bracinhos magricelos. – Ava riu e eu não me incomodei. Me agradava ver que Gus de bom humor para variar um pouco. – E então, quando vou poder ver com os meus próprios olhos o que acaba de me contar?

Infelizmente não conseguimos marcar tal encontro por conta do que ocorreu a seguir, impressionando a todos no salão das refeições.

– Liz! – exclamou Ava ao ver a velha professora entrando pelos arcos que ligava o refeitório ao salão de entrada. Ela parecia continuar determinada e inabalável. Ninguém sequer ousou respirar e muito menos dar risadinhas. Todos ficaram calados até ela chegar na mesa dos líderes, e depois voltaram a comer como se nada tivesse acontecido.

– Tenho que falar com ela. – Quando iria me levantar, Ava me impediu, segurando o meu braço.

– Não vá arrumar confusão, John. Ela acabou de sair de luto pelo irmão, não tente competir por liderança.

– Pode ficar tranquila, não vou irritá-la. – Ela e Gus continuaram conversando enquanto me dirigi a mesa deles, onde a diretora já iniciava algum assunto.

A história que Gus me contou na noite passada me fez ter uma visão diferente dele. Ele não era mais só o ex-cobrador bêbado que gostava de implicar, mas sim o homem que teve sua esposa abusada e depois morta por culpa do mesmo homem com quem sairia naquela tarde. Ele se abriu para mim como nunca esperei que aconteceria, por isso achava estranho o fato dele estar tão alegre naquela manhã.

Porém, ver alguém feliz não era e nunca seria um problema para mim, pois com certeza havia uma razão para isso.

– Posso me sentar aqui? – perguntei quando me aproximei da mesa principal. Liz me olhou com o mesmo olhar de desprezo de sempre, mas tudo foi atenuado pelo gesto de respeito de Indra, que indicou a cadeira ao seu lado, junto com Adolf e Pietro. – Que bom que está de volta – falei, sem a menor entonação de desrespeito.

– Obrigada, John – respondeu ela, como se quisesse se livrar daquelas palavras o mais rápido possível. – Bom, então vocês estão dizendo que pode haver um traidor entre nós que incentivou Edward e Joseph a atacarem Ava, é isso?

– Sim – confirmou Adolf. – E como já garanti, confirmo que meus homens nunca fariam uma coisa do tipo.

– E os novos cobradores? Algum problema com eles?

– Por enquanto nada – assegurou o carcerário. – Mas não duvido que alguma hora comece a aparecer conspirações, assim teremos mais problemas para resolver, além de todos os que já temos...

AS ?GUAS VERMELHASOnde histórias criam vida. Descubra agora