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Capítulo 57 - Entre irm?os.

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Maika

Quando Caim finalmente se deitou, eu fiquei aliviada. Tinha bebido demais e ainda por cima me obrigou a acompanhá-lo também. Só não bebi tanto quanto ele porque Caim capotou antes que isso acontecesse. Ainda bem.

Espero que só acorde amanhã.

Coloquei a mão na cabeça e me sentei na cadeira do quarto. Respirei fundo e encarei o corpo do meu irmão sobre a cama. Suas costas subindo e descendo calmamente.

- Paz, finalmente... - Sussurrei escorregando meu corpo no assento até conseguir apoiar minha cabeça no encosto. Encarei a janela. De tão preocupada que eu estava, nem tinha percebido anoitecer. O céu já estava escuro e eu logo me lembrei de ontem a noite. Aquele lobo não viria aqui novamente, não é? Ele não seria tão idiota de fazer isso.

Voltei meu olhar para Caim.

"Farei isso até que mude de ideia."

Suas palavras logo voltaram pra minha cabeça e meu corpo se levantou rapidamente.

Ele não pode...

Meus pés se moveram na direção da porta.

Eu ainda ajudei demais ao pedir pra ele que Connor parasse meu irmão. Se aquele imbecil aparecer, preciso achar um jeito de ameaçá-lo. Algo que faça ele me deixar em paz de uma vez. Ele não deve se envolver mais do que isso e preciso pensar em como pará-lo. O problema é que eu não sei nada sobre aquele solitário.

"Seu irmão... Vai acabar te colocando em perigo se continuar ao lado dele. "

No mesmo instante em que eu ia passar pela porta, suas palavras me atingiram com tudo e eu parei.

Apoiei a mão na maçaneta e como um gatilho, todas as lembranças ruins que passei ao lado do meu irmão apareceram na memória. Todas as vezes que me vi cercada por escolhas que eu não tive o direito de escolher.

Um choque de ansiedade e epifania atingiu meu corpo.

Me vi sendo agitada pelo animal dentro de mim como se eu estivesse debaixo da água sem respirar. Algo que eu nunca tinha sentido antes se manifestou sem que eu notasse. A agonia reprimida de tanto tempo tomou meus sentidos racionais e eu dei meia volta. Fui em direção de Caim. Um lobo coopera, aceita e respeita aqueles com quem convive, mas nunca por decisão de outros. Não um verdadeiro lobo.

Agarrei o colarinho da sua camisa e o puxei com força.

- Caim!! - Ele abriu os olhos e me olhou com as sobrancelhas franzidas. Suas pupilas ainda dilatadas por causa do álcool.

- Por que a gritar-

Antes que terminasse de falar, enterrei meu punho na sua cara e vi seu rosto afundar no travesseiro. Rosnei ao sentir aquela sensação. Não era o suficiente. Puxei ele da cama até que caísse no chão. Subi em cima dele e dei outro murro. E depois outro. Dessa vez seu maxilar deu de encontro com o piso duro. Tinha que aproveitar seu estado de surpresa e embriaguez.

Não foi ele que me ensinou a usar da fraqueza dos outros?

- Eu te odeio! - Gritei com os dentes à mostra. Conseguia sentir meus olhos arderem. Agora não sabia dizer se eram lágrimas ou os olhos da minha loba queimando de raiva. Agarrei seu pescoço e desci meu punho novamente na sua cara.

- Você ficou louca? - Falou entredentes. Caim finalmente levantou os braços para me parar. Seu nariz começando a ensopar de vermelho sangue. Apertei minhas pernas na sua cintura para que não conseguisse me tirar de cima dele.

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