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Capítulo 71 - Cheiro de desastre.

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Joseph

Acabei tirando uma nota ótima no trabalho de biologia. Mas não por mérito meu, era completamente de Matheu. Que desde de ontem ainda estava frio comigo e evitando qualquer papo que não fosse necessário. Deixei ele na dele e dei espaço pra se acostumar de novo com a minha presença "ameaçadora e monstruosa" que devia pensar de mim. Mas até que isso não acontecesse, eu tinha Sophia que sempre vinha bater um papo comigo. E apesar de conversarmos sobre praticamente tudo, omiti o que havia acontecido. Eu não podia espalhar isso pra mais ninguém, mesmo que confiasse nela.

— Você e Matheu brigaram? — Ela me perguntou no intervalo. — Pensei que fossem como carne e unha.

— Tivemos um desentendimento. — Falei.

— E por quê? — Ela sorriu, provavelmente vendo minha cara de "não quero conversar sobre isso".

— Foi sobre o trabalho. Nada demais. Ele só é... Teimoso. — Ela me ouviu e pareceu aceitar, pois balançou os ombros, desinteressada.

— Entendi. Logo vocês voltam a se falar. — Ela olhou o pátio em volta. O cabelo loiro preso num rabo de cavalo. Ar quente saindo da sua boca e o nariz vermelho de frio. — Mas então... Quer correr depois da aula? — Eu não estava a fim de correr. Não quando a preocupação era a única rondando minha cabeça. Até o meu lobo parecia encolhido, tentado a se esconder em qualquer sombra. O medo de que meu erro pudesse colocar todo mundo em perigo, se por acaso Matheu resolvesse abrir a boca.

— Tenho coisas pra fazer em casa, não vai dar. — Falei simplesmente. Ela me olhou e pareceu que o desânimo passou por seus olhos antes dela assentir.

— Certo. — Balbuciou.

— Mas que tal amanhã? — Ficar preocupado agora não ia adiantar de nada de qualquer forma. — Amanhã acho que vou estar livre. — Eu queria aproveitar o inverno o máximo possível.

— Ei, Joseph. — Arregalei os olhos quando ouvi a voz de Matheu atrás de mim. Virei e logo o vi se aproximar. Sophia o encarou com curiosidade. Ele tinha voltado a falar mais cedo do que a gente esperava.

— Hm? — Murmurei como resposta. Tentando até não falar pra ele não surtar.

— Preciso... falar com você. — Seu polegar apontou para trás dele. Para longe. Privacidade. — Olhei Sophia de novo e ela fez um leve sinal para eu ir. Acenei pra ela e acompanhei Matheu. O mais perto que ele permitia que eu me aproximasse, antes de me olhar de esguelha. Andamos até o fundo da escola, onde eles guardavam equipamentos de quadra e esporte.

Matheu parou e virou de frente pra mim. Coloquei as mãos nos bolsos tentando não mostrar nervosismo para o que ele tinha pra me falar.

— Você precisa me mostrar aquilo de novo. — Franzi o cenho e olhei em volta pra ter certeza que não tinha ninguém pra ouvir nossa conversa.

— Como é?

— Preciso ver de novo. Por algum motivo, isso não passa de ilusão da minha cabeça. — Ele esfregou o osso do nariz com o indicador e o polegar, como se um óculos invisível o incomodasse. Parecia incrédulo. Mais incrédulo do que eu esperava que estaria. E ali estava minha chance de novo. De dizer que tudo tinha sido realmente uma ilusão. Eu realmente imaginei que ele iria acordar confuso depois de ontem.

— Do que você está falando? — Fiz uma expressão confusa no rosto. E aqui estava minha tentativa. Ele me olhou com as sobrancelhas franzidas e deixou a mão pender do lado do corpo.

— Eu não sou idiota Joseph. Eu sei o que eu vi. Eu só quero deixar tão claro quanto penso que foi. — Suspirei e dei um meio sorriso. Idiota seria eu de pensar que conseguiria enganá-lo. Daria mais trabalho do que sucesso.

A LUA, O CAOS E A LIBERDADE [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora