Maika
Tinha sido uma bela cena o tapa que Celine tinha dado. Por algum motivo me senti bem, apesar de nem conhecer aquela mulher que Pether estava puxando de perto da loba. Até eu puxaria a coitada se pudesse. Parecia que a dominância da ruiva ia engolir a garota por si só. Tenho que admitir, tive que me sentar longe por causa disso, mas por incrível que pareça, a situação estava me distraindo dos pensamentos recentes desde a fatalidade com meu irmão.
Estava tentando pensar em qualquer lugar onde ele poderia estar agora, mas meu irmão provavelmente estava muito longe daqui da alcatéia. No entanto, os pensamentos sobre meu irmão não eram os únicos, longe disso. Hora ou outra me via desviando a atenção para outros ainda mais avassaladores. E eles sempre terminavam na conversa que tive com Celine no carro.
Apoiei a mão no queixo quando voltei para a mesa onde eu estava antes.
A ideia de ter um companheiro era estranhamente bem vinda, mas irreal. E pensar na possibilidade de Pether ser o meu era ainda mais mirabolante. De alguma forma eu tinha que descobrir. Estou com 25 agora. A maturidade lupina pode me dar sinais mais exatos e espero muito por isso.
Senti o cheiro de canela e chocolate e levantei o rosto quando senti mais um cheiro doce de camélias se aproximando. Meu coração disparou no mesmo instante.
Pether estava usando um avental preto que ficava um arraso nele, tenho que admitir. O lobo me olhou e deixou um prato na minha frente com um pedaço enorme de torta de chocolate e canela por cima.
— Um agrado meu para a aniversariante. — Não consegui deixar de sorrir quando ele colocou as mãos na cintura.
— Uau... obrigada. — Nós dois nos encaramos por longos segundos, mas logo vi Connor saindo do corredor e desviei o olhar.
— Vou abrir a lanchonete, se precisar de mais alguma coisa é só me chamar. — Ele foi até a porta da lanchonete e eu dei uma garfada na torta. Ela pareceu derreter na minha boca.
— Isso tá delicioso...
— É, Anna tem talento para sobremesas também. — Pether falou e Connor chegou até nós dois.
— Estou de saída. Maika, posso te levar pra casa se quiser. Preciso checar o território, vou deixar o carro lá.
— Ah, tudo bem, eu vou ficar pela cidade. Preciso fazer algumas coisas. — Ele levantou uma sobrancelha.
— Ei, espera. — Pether falou. — Não acho bom você ficar por aí quando nem sabemos onde seu irmão está.
— Ele não deve estar por aqui. Caim é medroso demais. — Falei dando mais uma garfada na torta. — E eu já estou bem. Talvez eu saia pra correr um pouco. — Ele pressionou os lábios, mas não disse mais nada.
— Certo, então estou indo. — Connor acenou indo em direção a porta. — Bom trabalho, Pether.
— Valeu. — Pether voltou a me olhar quando ele saiu e senti meu coração bater forte novamente.
O que ele vai dizer agora?
— Não se preocupe comigo. — Dei mais algumas garfadas na torta e engoli o último pedaço. — Obrigada mais uma vez. — Me levantei devagar enquanto ele me olhava com aqueles olhos castanhos claros. — A gente se vê mais tarde, tudo bem? — Ele assentiu receoso quando passei por ele e saí da lanchonete. O cheiro de camélias ficando para trás.
Não era nada agradável voltar aqui novamente. Meus pés tremiam só de seguir na direção daquele lugar. É claro que eu não queria estar aqui, mas precisava voltar nessa casa suja para conferir uma coisa.

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A LUA, O CAOS E A LIBERDADE [+18]
WerewolfCONCLU?DA ? ?Eu n?o ia continuar naquele lugar. Vivendo como se estivesse morta. Sem sentir, sem me mostrar de verdade. Viver como submissa para um Alpha que pra mim já estava morto. Isso n?o era do meu feitio. Eu era dominante, t?o dominante quanto...