MORE THAN I CAN SAY

Enquanto entrávamos no quarto de Charles, houve um silêncio confortável entre nós. Eu me aproximei de Charles com um sorriso provocativo no rosto, soltando um suspiro exagerado enquanto tirava os sapatos.

— Então… parece que seu irmão mais velho vai se casar — comecei, mantendo um tom de falsa casualidade. Charles colocou o celular em cima da mesa e, ao ouvir minha voz, virou-se, levantando uma sobrancelha com um meio sorriso.

— Parece que sim — ele respondeu, tentando soar indiferente, mas claramente curioso para saber onde eu queria chegar.

Eu dei alguns passos em sua direção, ainda sorrindo, e cruzei os braços, inclinando a cabeça levemente, como se estivesse avaliando algo muito sério.

— Lorenzo se casando primeiro, hein? — continuei, fingindo uma preocupação teatral. — Isso significa que a pressão agora está toda em cima de você, Leclerc.

Charles soltou uma risada baixa, balançando a cabeça, mas eu podia ver que ele estava entrando no clima. Eu adorava esse lado mais leve e brincalhão dele, especialmente quando éramos apenas nós dois.

— Ah, é? E quem exatamente está me pressionando? — ele perguntou, dando um passo em minha direção, com aquele sorriso desafiador e as mãos enfiadas nos bolsos.

— Bem, eu não sei… — continuei, segurando a vontade de rir. — Sua família não pareceu nada sutil hoje, com todas aquelas insinuações. E você viu como Arthur estava provocando, não viu? Acho que até Lorenzo parecia um pouco ansioso por você… — Completei, minha voz carregada de humor.

Charles se aproximou mais um passo, agora apenas alguns centímetros de distância, me olhando diretamente nos olhos com um sorriso divertido.

— Ah, então é pressão familiar? — Ele inclinou a cabeça levemente, como se estivesse realmente considerando o argumento.

Eu levantei um dedo, como se estivesse prestes a fazer uma grande revelação.

— Exatamente. E, além disso… — deixei minha voz cair um tom, fingindo uma gravidade conspiratória. — Talvez sua namorada também esteja se perguntando quando vai chegar a vez dela.

O sorriso de Charles cresceu, seus olhos brilhando com uma mistura de diversão e afeto. Ele riu, balançando a cabeça em derrota enquanto cruzava os braços, fingindo ponderar sobre minhas palavras.

— Ah, é? — Ele perguntou, e eu pude ver que ele estava adorando a provocação. — Então é assim? Agora eu tenho duas frentes de pressão?

— Isso ai, mocinho. — retruquei, rindo e mordendo o lábio para tentar manter minha expressão séria.

Charles soltou uma risada verdadeira, e antes que eu pudesse continuar com minha provocação, ele me puxou para mais perto, envolvendo seus braços ao meu redor de uma forma que sempre fazia o mundo ao nosso redor desaparecer.

— Sabe, Anna… — ele começou, sua voz um pouco mais baixa e suave. — Gosto de como você consegue me provocar e me fazer pensar sobre coisas assim…

Olhei para ele com uma falsa expressão de inocência, inclinando-me para perto.

— Ora, só estou lembrando você de que o relógio está correndo, Charles Leclerc. Não quero ver seu irmãozinho passando você na linha de chegada da vida.

Ele riu mais uma vez, encostando sua testa na minha.

— Ah, mas o que você não sabe é que… estou apenas planejando o momento certo para passar na linha de chegada. E quando eu fizer isso… — ele fez uma pausa, seu tom ficando mais sério, com um brilho determinado nos olhos. — Vai ser um momento perfeito.